Doença do Beijo

Conhecida popularmente como doença do beijo, a mononucleose infecciosa, é uma doença contagiosa que é consequência da ação de um vírus que faz parte da família do herpes – o genital e o labial – e que tem como nome científico vírus Epstein-Barr (EBV) que é transmitido pela saliva. Trata-se de uma doença bastante comum entre adolescentes e jovens adultos que tem como principais sintomas dor de garganta, febre e aumento dos linfonodos.

Como Acontece a Transmissão da Mononucleose Infecciosa

A transmissão do vírus Epstein-Barr se dá por meio da saliva e exatamente por isso que é conhecida popularmente como a doença do beijo. Contudo, não é somente pelo beijo que essa doença pode ser transmitida, a tosse, espirro e até mesmo uso compartilhado de copos e talheres também podem transmitir o vírus. O vírus Epstein-Barr pode se manter vivo na orofaringe durante um período de até 18 meses depois que os sintomas são resolvidos.

Enquanto o vírus se mantém vivo pode contaminar as pessoas com quem se tem um contato íntimo em especial quando prolongado. Esse é um motivo pelo qual uma pessoa que tem mononucleose infecciosa não se lembra de ter estado em contato com alguém com a doença. Muitas vezes nem mesmo a pessoa que transmite o vírus sabe que o está fazendo.

A Doença do Beijo – Quase Dois Anos sem Beijar?

Apesar de ser uma doença de baixa infectividade em alguns países mais de 90% da população adulta já teve mononucleose infecciosa. O que assusta é pensar que se o vírus pode durar 18 meses vivo o indivíduo que tem essa doença não pode beijar ninguém por quase dois anos. Fique tranquilo, pois não é bem desse jeito.

Em geral as pessoas se infectam pela primeira vez com esse vírus quando são crianças. O vírus passa despercebido uma vez que em muitos casos ele não apresenta sintomas durante a infância. Para se ter uma ideia menos de 10% das crianças contaminadas por esse vírus acabam desenvolvendo algum sintoma. Sendo assim podemos dizer que uma parte bem significativa da população já esteve em contato com esse vírus quando criança e assim tem anticorpos de maneira que estão imunes.

Entendendo Melhor o Vírus

Os adolescentes e jovens adultos que apresentam mononucleose infecciosa são aqueles que não tiveram contato com a doença quando eram crianças. Quando se adquire esse vírus depois da infância aparecem alguns sintomas, falaremos deles mais adiante. Saiba ainda que apesar de ter um modo de transmissão parecido com o da gripe, o Epstein-Barr é um vírus com bem menos potencial contagioso de maneira que é possível que haja contato com pessoas infectadas e não acabar infectado.

A infecção se dá depois de um contato prolongado com uma pessoa contaminada. Pensando de maneira prática sabemos que boa parte da população tem certa imunidade ao vírus da mononucleose infecciosa porque já teve contato com ele na infância o que torna o risco de contaminação muito menor. Após a cura dos sintomas não precisa ficar de quarentena.

Sintomas da Mononucleose Infecciosa

A mononucleose infecciosa que aparece durante a infância em geral não apresenta sintomas. Conforme mais velha é a pessoa que se contamina com o vírus mais sintomas aparecem. O ápice se dá entre os 15 e 24 anos de idade, nessa faixa etária é mais comum que a infecção tenha sintomas. Depois dos 30 anos de idade a doença se torna mais rara uma vez que as pessoas dessa faixa etária em teoria já estiveram em contato com o vírus.

Aqueles que apresentam sintomas tem um período de incubação – período desde o contato até a manifestação dos sintomas – uma média de 4 a 8 semanas. Dentre os sintomas mais clássicos da mononucleose infecciosa estão a febre, cansaço, dor de garganta além de linfonodos no pescoço, as chamadas ínguas.

Esse quadro clínico se parece muito com o quadro se sintomas das faringites comuns que são causadas por bactérias e outros vírus. Existem outros sintomas que não são específicos como dores de cabeça, dores musculares, tosses e náuseas. É normal que haja fadiga intensa durante semanas depois da resolução do quadro.

Linfonodos

Existe um aumento dos linfonodos durante a manifestação da mononucleose infecciosa, contudo, é um quadro um pouco diferente daquele dos linfonodos da faringite. A grande diferença está no fato de que são acometidos pela doença as cadeias posteriores do pescoço e então acaba se espalhando pelo restante do corpo. Os médicos usam como diferencial para o diagnóstico da mononucleose o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo depois do início da administração de antibióticos em especial a amoxicilina.

Rash da Mononucleose – Lesões de pele

Acontece muito de as pessoas procurarem o médico por causa de uma infecção de garganta e depois de receberem a prescrição de amoxicilina para o tratamento começar a perceber o aparecimento de manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. As chamadas rash, lesões avermelhadas na pele.

Aumento do Baço

Outro sintoma que caracteriza a doença do beijo é o aumento do baço que recebe o nome de esplenomegalia. Se esse sintoma aparece o paciente deve manter repouso por um bom tempo para evitar a possibilidade de um rompimento do baço.

É raro que aconteça a ruptura esplênica, ruptura do baço, no entanto, quando acontece ocorre um sangramento bastante intenso. O baço pode aumentar tanto de tamanho que se torna possível senti-lo abaixo das costelas.

Tratamento da Mononucleose Infecciosa

O tratamento dessa doença tem como base cuidar dos sintomas e repousar. Ainda não existe um medicamento específico para mononucleose. O quadro clínico costuma se resolver de maneira espontânea em cerca de duas semanas. Como existe o risco de ruptura do baço é importante evitar fazer exercícios físicos por pelo menos quatro semanas.

Por muito tempo a mononucleose infecciosa foi associada com a síndrome da fadiga crônica, contudo, hoje se sabe que a fadiga causada por essa doença é diferente. Esse cansaço prolongado pode aparecer normalmente não estando associado com outros sintomas da síndrome. Pode ter reativações mais fracas desse vírus.

A mononucleose infecciosa, também conhecida como doença do beijo, é transmitida por um vírus da mesma família que o da herpes. É contagiosa e transmitida através da saliva. Caracteriza-se inicialmente por dores de cabeça, febre e aumento dos gânglios.

Para que seja feito um diagnóstico, além de procurar um clínico geral ou dentista, o paciente necessitará fazer exame de sangue. A imunidade conta na hora dos sintomas se agravarem, podendo evoluir para encefalite, hepatite moderada, entre outros.São raros os casos de morte.

Em organismos com baixa imunidade, a medicação é feita através de remédios antivirais. Em caso de pessoas imunodeprimidas, ou seja, pessoas que o sistema imunológico não funcione perfeitamente devido a um tratamento, a doença pode evoluir para certos tipos de lesões cancerosas, obrigando o paciente a tratá-la com quimioterapia e radioterapia.

A prevenção torna-se um pouco complicada, já que é difícil notar a doença e seus sintomas, mas o que médicos indicam é que a pessoa tome cuidado ao beijar pessoas desconhecidas.

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Categoria(s) do artigo:
Doenças

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