Silicose: Características Gerais

Silicose consiste em forma de doença pulmonar ocupacional que pode ser causada em consequência da inalação de sílica cristalina. Possui como marca principal a inflamação e cicatrização em forma de lesões nodulares dentro de lobos superiores dos pulmões. Representa certo tipo de pneumoconiose caracterizada por febre, tosse, falta de ar e cianose (pele azulada). Pode ser confundida com edema pulmonar, pneumonia ou tuberculose.

O nome de silicose foi usado em 1870 por Achille Visconti (1836-1911), patologista no Ospedale Maggiore, em Milão. Reconhecimento de problemas respiratórios por poeira já eram diagnosticado por antigos gregos e romanos. No ano de 1713, o especialista Bernardino Ramazzini dez diversas observações relacionadas com sintomas asmáticos nos pulmões.

Classificação: Silicose

Classificação de silicose é feita de acordo com a gravidade da doença (incluindo padrão radiológico), início e rapidez da progressão. Estes incluem:

01-Silicose Crônica Simples: Em termos gerais são resultantes de exposição ao longo prazo (10 anos ou mais) a concentrações baixas de pó de sílica. Sintomas aparecem entre 10-30 anos após a primeira exposição. Este é tipo mais comum de silicose.

Pacientes podem não ter sinais óbvios ou sintomáticos da doença, mas as anormalidades podem ser detectadas por raios-X. Tosse crônica e esforço na dispneia são considerados comuns. Na radiografia a silicose simples crônica revela profusão de pequenas opacidades, geralmente arredondadas e que predominam nas zonas pulmonares superiores.

02-Silicose Acelerada: Silicose que desenvolve entre 5-10 anos após a primeira exposição a concentrações mais elevadas de pó de sílica. Sintomas e raios-x são semelhantes à silicose crônica simples, mas ocorrem mais cedo e tendem a progredir com maior rapidez. Pacientes com silicose acelerada possuem maior risco para a doença complicada, incluindo a Fibrose Maciça Progressiva (FMP).

03-Silicose Complicada: Pode existir a possibilidade de se tornar “complicada” em consequência do desenvolvimento de graves cicatrizes, nas quais os pequenos nódulos ficam confluentes e atingem tamanho de um centímetro ou maior.

Está associada com sintomas mais graves e comprometimento respiratório do que a doença simples. A silicose também pode ser complicada por outras doenças pulmonares, como a tuberculose, infecção por microbactéria ou fúngica, certas doenças autoimunes e câncer de pulmão.  Comum na variedade crônica.

04-Silicose Aguda: Desenvolve entre poucas semanas até cinco anos após exposição a concentrações elevadas de pó de sílica respirável. Os sintomas de silicose aguda incluem incapacitante grave de ar, tosse, fraqueza e perda de peso, muitas vezes levando à morte. Os raios-X g revelam enchimento com broncograma aéreo, descritos com aparência similar a pneumonia, edema pulmonar, hemorragia alveolar e células de câncer de pulmão.

Sinais e Sintomas

Porque são lentos para desenvolver, sinais e sintomas podem não aparecer até anos após a exposição. Os sinais incluem:

  • Dispneia (falta de ar) exacerbada por esforço
  • Tossem muitas vezes persistem por vezes graves
  • Fadiga
  • Taquipneia (respiração rápida)
  • Perda de apetite e de peso
  • Dor no peito
  • Febre
  • Cianose (Pele Azul)
  • Proliferação de doenças cardíacas

Insuficiência Respiratória

Interessante ressaltar que pacientes com silicose são suscetíveis à tuberculose. A razão para o aumento de risco para três vezes mais incidência não é bem compreendido em termos científicos. É pensado que os danos pulmonares inibam a sua capacidade para matar as microbactérias. Mesmo os trabalhadores com exposição à sílica prolongada, mas sem silicose, apresentam um risco aumentado de forma semelhante da tuberculose.

Não se pode ignorar o fato de que as complicações pulmonares da silicose também incluem bronquite crônica e limitação do fluxo aéreo, infecção pulmonar fúngica e enfisema compensatório. Há alguns dados que revelam associação entre silicose e certas doenças autoimunes, incluindo nefrite, esclerodermia e lúpus eritematoso sistêmico, de maneira especial na silicose aguda ou acelerada.

No ano de 1996, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), fez uma revisão com relação aos dados médicos relacionados com a sílica cristalina, classificando como “cancerígena para os seres humanos”. Numerosos estudos posteriores foram publicados confirmando a respectiva evidência.

Fisiopatologia          

Quando pequenas partículas de poeira sílica são inaladas, elas podem se incorporar de maneira profunda nos pequenos sacos alveolares e dutos nos pulmões, nos quais os gases de oxigênio e dióxido de carbono são trocados.

Quando as partículas finas de poeira de sílica são depositadas nos pulmões os macrófagos que ingeriram as partículas irão desencadear inflamação como resposta, libertando fatores de necrose tumoral. Por sua vez o pulmão estimula os fibroblastos a proliferar e produzir colágeno em volta da partícula de sílica, o que resulta em fibrose e formação das lesões nodulares.

Diagnóstico da Silicose

Em termos científicos existem três elementos-chave que devem ser levados em consideração por especialistas para fazer o diagnóstico de silicose:

01-Histórico do paciente que precisa demonstrar certo nível de exposição ao pó de sílica suficiente para que seja gerada a doença.

02-Imagem latente no peito (feita de maneira usual como radiografia de tórax), que revela resultados com precisão sobre os níveis de silicose.

03-Não existem doenças subjacentes.

Saiba Mais

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O exame físico é recomendado em grande parte dos diagnósticos, ao menos que haja doença complicada. Deve ser feito teste de função pulmonar no sentido de revelar a limitação do fluxo aéreo, defeitos restritivos, reduzida capacidade de difusão ou defeitos mistos. Conforme a opinião de especialistas na silicose simples a radiografia de tórax vai confirmar se existem evidências de nódulos pequenos dentro dos pulmões, de maneira principal nas zonas pulmonares superiores. O alargamento do hilo é comum com silicose crônica e acelerada. Em alguns casos, os nódulos pulmonares podem se tornar calcificados.

A tomografia computadorizada também pode fornecer análise de modo detalhado dos pulmões e revelar cavitação devido à realização concomitante de infecção por microbactérias.

Prevenção da Silicose

Melhor maneira de prevenir a silicose é identificar no local de trabalho as atividades que produzem pó de sílica cristalina respirável e depois eliminar ou controlar a poeira. Sprays de água são usados para emanar excesso de poeira. Também pode existir controle através de filtragem de ar seco.

O Ministério da Saúde Adverte, não tome remédio sem recomendações de especialistas na área médica. Tenha em mente de que a automedicação pode provocar a piora dos sintomas. Procure o médico e siga as instruções com atenção.

Artigo Escrito Por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Doenças

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