Catalepsia Patológica: Distúrbio da Falsa Morte

Catalepsia Patológica – Apresentação da Doença

O distúrbio conhecido como Catalepsia Patológica é bem incomum, pois o indivíduo quando acometido desse mal entra num estado em que os músculos do seu corpo ficam bem rígidos como uma estátua e isso dá a impressão que a pessoa faleceu.

Dá para imaginar que antigamente, sem o diagnóstico de doença que existe hoje, as pessoas acreditavam que se tratava de magia quando uma pessoa dada como morta simplesmente acordava e estava bem. Era comum ouvir relatos de pessoas que diziam ter conhecido pessoas consideradas mortas e que acordavam durante o velório.

O que era entendido como poderes sobrenaturais é na verdade uma doença, não havia como fazer esse diagnóstico de doença antigamente uma vez que não existia a tecnologia que temos hoje. Atualmente é possível diagnosticar esses casos patológicos causados pela Catalepsia.

O Corpo Durante a Catalepsia Patológica

Trata-se de uma doença nervosa que deixa o corpo do paciente com o aspecto de um boneco de cera, isso porque existe uma plasticidade motora. Os músculos ficam rígidos e a pessoa com o aspecto sem vida até que se recupere do distúrbio. Um agravante dessa situação é que o indivíduo cataléptico fica inconsciente durante todo o distúrbio.

Há ainda que se destacar que as funções vitais ficam desaceleradas e assim a pessoa não consegue reagir. Aliás, é devido a essa desaceleração que muitas pessoas são dadas como mortas durante um episódio de Catalepsia Patológica.

O Estado Cataléptico

Um ataque de Catalepsia Patológica pode durar alguns minutos, vários dias e até mesmo semanas nos casos que são mais extremos. Uma doença que já teve diversas causas relatadas, uma das mais aceitas pelos especialistas é de fatores genéticos. O indivíduo possui uma predisposição maior para desenvolver esse distúrbio.

A doença também pode ser causada por problemas congênitos em que há a má formação de alguma região do cérebro. A Catalepsia Patológica ainda pode ser o resultado de outras doenças nervosas como epilepsia, síndrome neuroléptica maligna, esquizofrenia, debilidade mental, histeria, traumatismo craniano, grave trauma emocional, depressão, doença de Parkinson entre outras. Outras causas possíveis são o alcoolismo, uso de narcóticos entre outras.

Essa doença ainda pode ser um efeito colateral do uso de medicamentos antipsicóticos que são utilizados para tratar doenças como a esquizofrenia.

A Catalepsia Patológica Antigamente

Há muito tempo atrás a Catalepsia Patológica não era entendida como uma doença e não havia esse diagnóstico. Sendo assim muitas pessoas catalépticos eram enterrados vivos porque acreditava-se que eles estavam realmente mortos. Obviamente quando essas pessoas acordavam do episódio da doença enfrentavam o desespero de estarem fechados dentro de caixões.

Muitas dessas pessoas acabavam morrendo sufocadas dentro das suas próprias covas, outros ainda tinham força para se debater e chamar a atenção dos demais. Claro que essas situações apenas reforçava a lenda de mortos vivos e fantasmas.

As populações que assistiam incrédulas essas situações chegavam até mesmo a pensar que os catalépticos eram vampiros. O estado cataléptico já foi associado a hipnose e a abdução por alienígenas.

O Tratamento da Catalepsia Patológica

A doença pode ser tratada com o uso de medicamentos benzodiazepínicos, esses remédios servem para evitar crises catalépticas. Basicamente eles atuam relaxando os músculos e evitando assim o seu estado de imobilidade total.

Esses medicamentos têm ação sedativa e também relaxantes musculares, dessa forma causam efeitos colaterais como redução da concentração, sonolência e até mesmo tontura. Alguns casos são mais extremos e se não respondem bem ao uso de medicamentos é necessário usar a eletroconvulsoterapia (ECT). O cataléptico deve ter o acompanhamento de um neurologista.

Alguns Casos de Catalepsia Patológica

Monge Cataléptico

No ano de 1957 monges recém iniciados estavam velando o corpo de um superior da ordem. Os monges estavam bem descontraídos durante o velório, contavam piadas, caçoavam e se comportavam mal quando o monge velado saiu do estado cataléptico e além de assustar os presentes também deu uma grande bronca neles.

Mito Er de Platão

O mito Er de Platão na República contém uma referência a Catalepsia Patológica. Um marinheiro irlandês foi encontrado dez dias depois de supostamente ter sido morto. Quando o seu corpo já estava na pira ele acordou sentindo o calor do fogo e então relatou o que viu nos Hades (as câmaras de retificação do inferno).

Montes Claros

No ano de 1962 aconteceu um incidente com um cabo chamado Quirino em Montes Claros. O cabo estava sendo velado quando de repente acordou e colocou todos os que estavam no Hospital Militar para correr.

O Caso das Botinas

Já na Bahia houve um caso curioso em que um senhor acordou do estado cataléptico e ficou muito bravo com o seu filho que havia trocado as suas botinas novas por velhas.

A Insistência dos Catalépticos

A Catalepsia Patológica já foi motivo para crime, uma fazendeira muito rica “faleceu” duas vezes devido a doença. Os herdeiros se cansaram de achar que ela havia morrido e na terceira vez que a senhora piorou simplesmente esconderam os remédios importados que a mantinham viva. Algumas testemunhas do caso dizem que o rosto da mulher ainda suava quando ela foi enterrada.

A Catalepsia Patológica na Literatura

Uma doença tão curiosa não poderia ficar de fora da literatura, por isso muitas obras tem personagens que sofrem desse distúrbio. Um dos mais famosos casos literários em que essa doença é relatada é na obra do autor Alexandre Dumas, O Conde de Monte Cristo.

O personagem Abbé Faria tem crises da doença às vezes e um dia finalmente morre. A Catalepsia Patológica também é bastante utilizada na obra de Edgar Allan Poe que sempre gostou de temas macabros em seus livros. Com certeza é uma doença que abre muitas perspectivas numa obra de ficção assim como o faz na vida real.

Já pensou como é para essas pessoas terem a chance de saber como a família se portou quando supostamente pensava que haviam morrido? Certamente a Catalepsia Patológica ajuda a criar enredos fantásticos desse tipo de história. Mas, não se deve esquecer que se trata de uma doença séria que precisa ser acompanhada com atenção por especialistas.

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Categoria(s) do artigo:
Doenças

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