A mulher moderna trabalha fora e por isso precisa contar com um lugar seguro para deixar os seus filhos. Para os pais que trabalham fora as creches representam um lugar em que seu filho receberá atenção e poderá brincar com outras crianças da mesma idade. Porém, será mesmo que as creches são lugares que oferecem todo tipo de segurança para os pequenos?
Estudos promovidos por cientistas descobriram que as crianças que frequentam creches tem mais chances de desenvolver alguns tipos de doenças. Isso se deve ao fato de a creche ser um ambiente em que as crianças recebem cuidados coletivos todos os dias. O contato com outras pessoas e também o uso coletivo das instalações da creche aumentam os riscos de doenças infecciosas.
Confira a seguir quais são as doenças mais comuns em creches, ressaltamos que os cuidados de higiene e limpeza adequados por parte dos funcionários da escolinha reduzem significativamente os riscos de transmissão de doenças.
Doenças Mais Incidentes em Creches
Infecções Respiratórias
As doenças infantis mais comuns são as infecções respiratórias como resfriados, sinusites e faringites (vias aéreas superiores) e bronquites, bronquiolites e pneumonias (vias aéreas inferiores). Os micro-organismos responsáveis por proliferar as doenças respiratórias nas creches são os mesmos que causam as doenças em crianças que são cuidadas em casa.
As crianças que frequentam creches apresentam mais casos de infecções das vias aéreas superiores, além disso, os episódios costumam ser mais severos. O risco aumenta quando as crianças em questão começam a frequentar a creche com menos de 3 anos de idade e conforme passam mais horas no estabelecimento. Os riscos de infecções das vias aéreas inferiores também são mais elevados para crianças que são educadas na creche.
Otite Média
Uma das infecções bacterianas mais comuns em crianças é a otite média que pode acarretar em muitos problemas médicos. Em geral essa doença afeta metade das crianças no seu primeiro ano de vida. Os médicos alertam que existem alguns fatores ambientais que podem afetar a susceptibilidade da criança a doença.
Em alguns casos pode ser que o primeiro episódio de otite média aconteça precocemente causando a chamada otite média em efusão o que pode acarretar numa perda auditiva e em dificuldades da fala. Com o uso mais comum de antibióticos tem se tornado mais fácil reduzir as complicações auditivas causadas pela doença.
Crianças que tem infecções das vias aéreas, seja uma simples rinite, estão mais susceptíveis a desenvolver a otite média em efusão. Um dos principais fatores de risco dessa doença é a exposição as bactérias causadoras e essa exposição aumenta significativamente em creches.
Doença Diarréica
Grande parte dos casos de diarréia aguda e de mortes causadas pela doença em crianças de menos de 5 anos de idade acontece em países em desenvolvimento. Essa enfermidade consiste num problema bastante sério nas creches em que aparece sob a forma de casos isolados ou então em surtos.
A doença pode ser causada por uma grande variedade de agentes como, por exemplo, Campylobacter, Clostridium difficile, Escherichia coli, Shigella, Cryptosporidium, Giardia, rotavírus e Salmonella. As taxas de casos de doenças diarréicas em crianças que frequentam creches varia de 50 a 71% durante os surtos, já as crianças que são cuidadas em casa tem uma variação entre 15% e 71% para vários agentes da doença.
A transmissão dos micro-organismos acontece através de contato direto de pessoa para pessoa ou mesmo por contato indireto que pode acontecer através de ingestão de água contaminada, por exemplo. Os especialistas creditam a maior incidência desse tipo de doença em crianças que frequentam creches ao fato de que elas são ainda muito pequenas e podem não ter aprendido todas as medidas de cuidados de higiene pessoal.
Outras Doenças Infecciosas
Infecção Por H. influenzae Tipo B
A doença infecciosa causada pelo H. influenzae tipo b é uma das mais comuns em crianças que tem menos de dois anos de idade e pode acarretar em quadros graves como pneumonia, meningite e epiglotite. Esse tipo de infecção pode se manter assintomática ou causar uma das complicações citadas acima.
Quando a transmissão acontece através de indivíduos que não apresentam sintomas recebe o nome de primária, quando a transmissão se dá através de um indivíduo doente é secundária. São vários os fatores ligados a transmissão primária como, por exemplo, ter uma família grande ou frequentar a creche.
No caso da transmissão secundária a preocupação com a creche deve acontecer se houver um contato entre as crianças como acontece em casa. O contato precisa ser muito direto entre os indivíduos para que exista a transmissão. A vacina trouxe uma queda na incidência da doença por alguns anos, porém, os casos voltaram a acontecer progressivamente.
Hepatite A
As creches também são identificadas como locais em potencial para a disseminação de hepatite A. Na maioria dos casos a doença aparece em surtos comunitários epidêmicos, a doença é transmitida de uma pessoa para a outra por via fecal oral. Conforme o número de crianças nas creches aumenta também são elevados os casos de hepatite A.
As crianças com menos de dois anos são o principal foco dos surtos da doença que em geral são assintomáticas. Existe grande facilidade de transmissão da doença de crianças para adultos em casa. Além dos pais os adultos que trabalham nas creches também estão correndo risco de serem contaminados durante um surto da doença.
Os surtos dessa doença costumam acontecer com mais frequência em creches grandes que tem crianças que ainda usam fraldas. A partir do momento que a doença aparece na creche se dissemina com grande rapidez de acordo com o número de crianças que usam fraldas.
Hepatite B
O vírus da hepatite B é encontrado em quantidades grandes de sangue e também em algumas secreções do corpo. A transmissão dessa doença acontece através da exposição ao sangue ou as secreções. As crianças que tem menos de 5 anos tem entre 20 e 50% de risco de se tornarem portadoras do vírus. Uma vez que as oportunidades de contato de sangue entre as crianças na creche são pequenas os riscos de transmissão de hepatite B entre elas é bem pequeno.