A síndrome hipereosinofílica é um distúrbio onde certa quantidade de eosinófilos aumenta para mais de 1.500 células por microlitro de sangue, tudo isso por mais de seis meses sem causa aparentemente provável.
A síndrome é mais comum em homens que já tenham passado dos 50 anos de idade, porém pode aparecer em pessoas de qualquer idade também. Essa quantidade descontrolada de eosinófilos pode vir a lesar o coração, os pulmões, o fígado, a pele e o sistema nervoso.
Esse descontrole de eosinófilos pode inflamar o coração, formando coágulos no sangre, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou disfunção valvular, essa condição trágica chamamos de Endocardite de Loffler.
Quais os sintomas?
Para conseguir diagnosticar os sintomas, vai depender dos órgãos afetados. E os sintomas mais comuns são: febre, suor no corpo ao dormir, cansaço generalizado, dor no tórax, dores no corpo, fraqueza, falta de apetite seguido de perda de peso (anorexia), confusão mental, dispnéia e nos piores casos, a pessoa pode entrar em estado de coma.
Quando uma pessoa apresentar estes sintomas, deve-se correr para um médico e observar se acontece um aumento na quantidade de eosinófilos.
Há tratamento para a Síndrome hipereosinofilica?
Sim, existe cura para essa síndrome, porem antes de começar o tratamento, o médico deve ter a certeza de que a eosinofilia não está sendo decorrente de uma infecção parasitária ou por uma reação alérgica. Se o portador desta síndrome se submeter ao tratamento, suas chances de vida passar para 80%.
O cuidado extremo é com a lesão cardíaca, principal causa das mortes nos paciente com síndrome hipereosinofilica. Uma pequena parte de portadores da síndrome não precisa de um tratamento intensivo, basta ser observados com rigor por um médico em um período de três a seis meses.
Os pacientes mais graves devem se medicar com prednisona e hidroxiuréia. Caso apenas com esses remédios o paciente não evolua, deve voltar no médico e ver junto com ele outros remédios e apostar no tratamento.
Alguns exames gerais para investigação de eosinofilia
É indicado fazer o hemograma, teste bioquímicos, dosagem de imunoglobulinas (IgE inclusive), parasitológico de fezes, proteína C reativa, fibrinogênio, triptase sérica, dosagem de vitamina B12, raios X de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, ultrassom de abdome, pesquisa de doenças autoimunes.
Porém se a desconfiança for grande, o melhor é fazer os exames específicos: Mielograma, Imunofenotipagem,Cariótipo, fish para pesquisa de fip1l1/pdgfr-alfa, fish para pesquisa de rearranjo pdgfr-beta
pesquisa da mutação jak2, pesquisa da mutação kit d816v e pesquisa de rearranjo bcr/ab.l
A síndrome hipereosinofílica é uma doença hematológica rara, que graças ao avanço tecnológico consegue obter respostas satisfatórias aos esquemas terapêuticos habituais. É importante sempre ir ao médico para fazer uma checagem, pois depois de conhecermos como é a síndrome hipereosinofílica, é importante investigarmos nas eosinofilias.
Na síndrome hipereosinofílica, o diagnóstico e tratamento precoce melhoram a qualidade de vida, ou até mesmo conseguir exterminar essa doença.
Por Luiziane Acunha