Visão Geral
O câncer de colo de útero, ou também chamado de câncer cervical é um câncer desenvolvido no útero, em sua porção mais inferior, chamada de colo, onde conecta o útero com a vagina. Significa que as células dos tecidos dessa área crescem anormalmente e em velocidade maior que o normal, atingindo e danificando tecidos e órgãos próximos.
As células saudáveis do colo do útero começam a mudar de forma e crescem em velocidade fora do normal e sem controle. Isso forma a massa chamada de tumor ou cancro. Esse tumor pose ser benigno que significa que basicamente ele não irá atingir outros tecidos e órgãos, e maligno se este puder alcançar outros tecidos e, neste caso, o tratamento é indispensável e urgente.
Se for invasivo este câncer pode se tornar uma metástase e atingir diversos órgãos de diferentes sistemas do corpo humano, como os pulmões, o fígado, a vagina, o reto, etc.
Este cancro geralmente possui células de crescimento relativamente lento e por isso costuma ser curado se o diagnóstico for feito no começo do desenvolvimento da anormalidade.
A maioria das mulheres que desenvolvem o câncer de colo de útero estão na idade entre vinte e trinta anos, mas a idade média mundial em que elas são diagnosticadas é de cinquenta anos. Isso é explicado pelo lento crescimento das células cancerosas do colo do útero, por isso tente manter em dia os seus exames de rotina para que, se caso você tenha desenvolvido a doença, você possa procurar medidas de prevenção e tratamento o quanto antes.
Dados Epidemiológicos
A maioria dos casos diagnosticados com câncer de colo de útero são em mulheres. E a idade mais comum para o desenvolvimento deste câncer está nas mulheres com idade entre trinta e cinco anos e quarenta e quatro anos. E é muito raro que aconteça o desenvolvimento deste câncer em mulheres com idade inferior a vinte anos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, haverá 16.373 novos casos de câncer de colo de útero no próximo ano no Brasil e isso aumentaria a frequência nos casos para 15,43 casos a cada cem mil mulheres.
O aumento do rastreamento da saúde do sistema reprodutor feminino no exame Papanicolau com certeza auxiliou na diminuição dos casos com câncer de colo de útero, pois com isso aumenta-se a chance de que o diagnóstico seja feito cedo, o que aumenta a chance de cura. Entretanto isso não se alterou significativamente ao longo dos anos, como esperado.
A cada ano 530 mil novos casos de câncer são diagnosticados em todo o mundo. Ele posiciona-se no quarto lugar no ranking dos cânceres mais comuns entre as mulheres, perdendo para casos de câncer de pele.
Em 2016 ocorreram quase seis mil casos de morte pelo câncer de colo de útero no Brasil, representando a estimativa de 4,70 mortes a cada cem mil mulheres. A mortalidade em 2016 foi estimada em mais de onze mil mortes a cada cem mil mulheres na população mundial.
Sintomas
NO início do desenvolvimento do tecido do câncer, ou seja, de quando as células ainda estão no estágio inicial de crescimento descontrolado, os sintomas são mínimos ou ausentes. E isso explica a necessidade de se realizar exames de rotina, como o Papanicolau. Quanto mais inicial o câncer, mais chance de cura ele possui.
Os primeiros sintomas do câncer do colo de útero envolvem sangramento anormal na vagina, ou seja, mais densos e por mais dias que o normal; também pode haver dor no momento da relação sexual; presença de corrimento vaginal, com odor forte; dor na pelve.
Em estágios mais avançados, ou quando já atingiu tecidos vizinhos, os sintomas incluem fadiga, perda de peso, falta de apetite, apatia, inchaço no abdômen, náusea e vômitos, constipação, diarreia sensibilidade no reto e ânus, dor nas costas e pernas, dor e problemas no sistema excretor. O principal sintoma do câncer é sangramento após menopausa.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de colo de útero pode ser feitos por rastreio por histórico clínico e exame físico e por exames laboratoriais como biópsia, colposcopia, ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética.
Papanicolau
O rastreio é a melhor maneira de detectar células pré cancerosas e prevenir a formação do câncer. O exame do Papanicolau encontra células cancerosas em estágio inicial no colo do útero. Esse exame é Realizado durante o momento da consulta com o ginecologista, não é preciso marcar data diferente para isso.
Este exame detecta todas as células e infecções anormais no colo do útero, inclusive as que estão se tornando cancerosas. O exame é rápido e indolor. O paciente se deita em uma maca com as pernas para cima apoiadas em um apoio específico para isto. O médico introduz um espéculo para manter o canal vaginal aberto, após isto ele usa um objeto para escovar e limpar algumas células do epitélio do colo do útero. Esse material é enviado a um laboratório para análise.
O vírus do papiloma humano tem direta relação com o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Por isso se no Papanicolau o laudo der positivo para contaminação com o vírus, isso indica a importância de o paciente continuar com o rastreio por meio de exames rotinais semestrais pois ele possui uma chance maior de desenvolver o câncer de colo de útero.
Colposcopia
A colposcopia consiste em um exame simples mas que permite uma análise mais criteriosa do tecido do colo do útero. O exame dura aproximadamente dez minutos e é muito parecido com o Papanicolau. O paciente ficará na mesma posição e acontecerá os mesmos procedimentos, entretanto o médico usará um aparelho com lentes de aumento especial, esse equipamento se chama colposcópio. Como não é um exame realizado durante a consulta, ele costuma ser solicitado após o aparecimento de alguma alteração no exame Papanicolau.
Biópsia Cervical
Durante o exame de colposcopia o médico poderá encontrar sinais de alteração da normalidade dos tecidos vaginais e uterinos. A partir disso o médico poderá decidir realizar uma biópsia. Então ele irá utilizar uma fermenta de corte afiado para retirar uma amostra do tecido anormal. Apesar de parecer causar dor, geralmente causa apenas uma leve pressão ou incômodo.
Alguns tipos de biópsia envolvem a prevenção do câncer, são feitas quando durante o exame o médico detecta células pré-cancerosas. A biópsia de cone é quando o médico retira um tecido no formato de um cone, ou seja, mais profundo. Também há a crioterapia, onde o médico usa gás específico líquido para congelar células anormais, estas morrerão e serão eliminadas. Outro procedimento na biópsia que previna a formação do câncer de colo de útero é a excisão eletrocirúrgica de alça, que remove células pré-cancerosas com um arame percorrido por corrente elétrica.
Quais são os cuidados após a biópsia? A recuperação é relativamente rápida e no mesmo dia o paciente pode voltar às atividades comuns. Apenas é necessário que ele não use cosméticos íntimos, nem cremes e nem tampões. Também não é recomendado que tenha relações sexuais por até quarenta e oito horas após a realização do exame.
Causas
A maioria das células do nosso corpo possuem um tempo de vida útil e este é finalizado com a morte por apoptose e a substituição dessas células. O que pode ocorrer para a formação de um tecido canceroso é que ou elas não morrem ou/e elas continuam dividindo em velocidade superior ao normal.
A causa exata ainda não é definida pelos cientistas, entretanto alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de colo de útero.
O HPV é um vírus sexualmente transmissível com mais de cem variações e, pelo menos 13 delas causam câncer de colo de útero. Por isso é aconselhável o uso do preservativo em todas as relações sexuais do começo ao fim, sempre.
Fumar aumenta o risco do desenvolvimento de tecidos cancerosos, dentre eles o de colo de útero também.
Sistema imunológico baixo é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer cervical. Por isso pessoas com doenças imunodepressivas, como HIV e AIDS possuem uma chance maior de terem o câncer.
O uso constante de pílulas anticoncepcionais causa diversos problemas e alterações no metabolismo e no corpo humano em geral e aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de colo de útero.
A clamídia, a gonorreia e a sífilis também são doenças sexualmente transmissíveis que aumentam o risco de desenvolvimento de tecidos cancerosos no colo do útero.
Estágios
É quase obrigatório que o médico consiga definir em qual estágio de desenvolvimento o câncer está, pois é a partir disso que ele pode definir a melhor forma de tratamento. Isso se chama estadiamento e visa avaliar o tamanho do tecido canceroso e se ele atingiu algum tecido próximo.
Estágio 0:
Estágio onde as células estão se tornando cancerosas, ou seja, pré-cancerosas. Estão sendo modificadas em relação à estrutura e velocidade de duplicação.
Estágio 1:
As células do tecido do câncer se desenvolveram na superfície do colo do útero e em tecidos mais profundos, também atingindo o útero e nódulos linfáticos próximos.
Estágio 2:
Nesse momento o tecido modificado cresceu para além do colo do útero.
Estágio 3:
Câncer está presente no colo do útero e na parte inferir da vagina e/ou parede da pélvis.
Estágio 4
Aqui o câncer afetou também a bexiga e/ou o reto e está crescendo para fora da pelve. Em um estágio 4 mais avançado, poderá atingir outros sistemas do corpo, atacando órgãos como os ossos, pulmões, gânglios linfáticos e pulmões.
Prevenção
O câncer de colo de útero é um dos poucos tipos que consegue ser prevenido. E isto é conseguido através do rastreio e cura da infecção pelo vírus do papiloma humano, o HPV. Essa contaminação é a principal causa do desenvolvimento do câncer do colo de útero.
O teste de HPV é utilizado junto ao teste PAP como uma forma de fortalecer a detecção do câncer. A vacina quando realizada entre os doze ou treze anos de idade é ideal para prevenir o câncer de colo de útero. Entretanto mulheres de até 21 anos podem conseguir receber a vacina.
Algumas mudanças na rotina e estilo de vida também podem contribuir para a prevenção do câncer de colo de útero. Manter o uso da camisinha em todos os momentos da relação sexual com todos os parceiros. Manter um peso ideal, uma alimentação adequada, sem álcool e cigarros. E também evitar o uso de pílulas anticoncepcionais por tempo prolongado.
Tratamentos
A decisão da melhor forma de tratamento ou da combinação de tratamentos tem direta relação com o estágio em que o câncer se encontra. E quanto mais inicial, maior a chance de sucesso na cura.
A cirurgia é uma maneira de eliminar câncer em estágio inicial, quando ele ainda está concentrado no colo do útero. Após o procedimento, geralmente é aconselhado passar por sessões de radioterapia. Ela serve para retirar restos de células cancerosas espalhadas e prevenir que o câncer volte. A quimioterapia não é muito utilizada. Entretanto em casos em que o médico precisa diminuir o tamanho do tumor antes da cirurgia ela é necessária.
Em estágios mais avançados da doença a cirurgia não é nada eficaz. Normalmente os cânceres mais avançados recebem tratamento combinado de quimioterapia e radioterapia.
Radioterapia
Este é um método de tratamento também conhecido como radioterapia oncológica ou XRT. Consiste no uso de feixes de raios X de alta radiação em aplicação para destruir células cancerosas.
Os efeitos colaterais podem ou não acontecer e incluem diarreia, náuseas, dor no estômago, irritação a bexiga, ciclo menstrual alterado, menopausa precoce.
Quimioterapia
É o uso de medicamentos artificiais que tratam doenças no geral. Neste caso é a quimioterapia oncológica, que tem o objetivo de apenas destruir células de tecido canceroso.
Os efeitos colaterais que podem surgir com a quimioterapia mais comuns são perda de cabelo, náusea, diarreia, fadiga, infertilidade, menopausa precoce.
Métodos Alternativos
Além da mudança no estilo de vida, seguindo uma rotina com alimentação balanceada, rica em alimentos nutritivos e naturais e evitando o uso de drogas, como o cigarro e o álcool. Além disso a suplementação de vitaminas e nutrientes também auxiliam com os sintomas e com o tratamento no geral. Também sessões de massagem, acupuntura, meditação e outras técnicas podem auxiliar.