Ações Integradas para Combater o Crack

O consumo de crack no Brasil tem índices elevados, a maior concentração de usuários está em São Paulo, na região conhecida como Cracolândia. O crack é uma droga muita pesada, que vicia rapidamente, e o índice de usuários que conseguem largar o vicio varia entre os trinta por cento, um número muito baixo.

Pedras de Crack

Pedras de Crack

Um fato interessante é que somente cerca de nove por cento dos usuários morrem por overdose da droga, a maior causa de morte entre os usuários de crack é o assassinato, cerca de cinquenta e dois por cento, outros vinte e seis geralmente morrem pela AIDS. O crack enfraquece o sistema imunológico  pode causar diversas doenças, os usuários contraem facilmente DST’s e outras doenças. A abstinência que essa droga causa é enorme e alguns usuários em recuperação acabando voltando para essa vida em algumas recaídas. Para alguns estudiosos o consumo é apenas um sintoma do abandono e da exclusão socioeconômica em que a pessoa se encontra. A maioria dos usuários usam a droga de forma compulsiva, deixando o autocuidado em segundo plano.

A psicologa e pesquisadora Luciane Marques Raupp passou seis meses fazendo um trabalho na Cracolândia, e passou diversos anos em regiões dominadas pelas drogas em Porto Alegre, para ela “a droga não é só problema de saúde. Também é um problema social, econômico e de segurança pública, por isso, exige ações integradas que envolvam estas áreas. Atualmente, se usa repressão e curtas internações, o que raramente funciona”.

A ideia de ações integradas se baseia no fato de que não adianta somente internar os indivíduos, é necessário reabilitar o usuário e reinseri-lo na sociedade, oferecendo a esses dependentes que se encontram na rua: moradia, orientação profissional, acompanhamento médico e psicológico.

Para isso seria necessário que o governo investisse mais pesadamente nessas pessoas, não os tratando apenas como usuários de drogas, mas sim membros da sociedade, que merecem devido apoio para se recompor e integrar esta. Porém não é isso que vemos no governo atualmente no Brasil, os programas de Combate ao Crack não oferecem suporte necessário ao usuário, e também não conseguem atingir a toda a população que faz uso da droga. No método de ações integradas as áreas de educação, saúde publica, direitos humanos, habitação, trabalho e assistência social deveriam trabalhar todos em prol de um mesmo fim. Geralmente as famílias dessas pessoas não possuem condições de auxilia-las, o intuito seria do governo trabalhar melhor em todos aspectos da vida do individuo.

Há uma politica no Brasil conhecida como Redução de Danos, nesses casos não é exigido que o usuário pare totalmente de utilizar a droga, mas sim a ideia de que eles utilizem de maneira “correta” para que não haja danos a saúde. Em São paulo atualmente os usuários que desejarem recebem um salário no valor de quinhentos reais em troca de serviços de varrição da rua e jardinagem, junto a isso eles são alocados em hotéis. Ao se fazer uma busca rápida no google com a frase “programas anticrack do Brasil”, você encontrará resultados pouco animadores, em São Paulo havia uma maior “preocupação” com os usuários, provavelmente por la haver o maior número deles, porém em outros estados encontra-se poucos programas sobre isso, a maioria em menores escalas e que não atingem toda a população.

As politicas de ações integradas podem ser uma solução para esse problema que assola o país, porém para isso ela deveria ser aderida pelos governantes, e esses não parecem estar muito preocupados com essa situação. Fica-se a esperança de que em algum momento os governantes percebam que essa seria uma solução plausível e tentem bota-la em prática.

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