A pancreatite é uma inflamação no pâncreas (o órgão que está localizado na parte de trás do estômago). Uma das principais causas que levam a essa doença é o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Ela pode ser crônica ou aguda. As diferenças entre cada uma estarão explicadas mais para frente no texto.
A crise geralmente dura apenas alguns dias e no caso da pancreatite aguda ela é curada em menos do que uma semana.
Mas infelizmente existem alguns quadros mais graves que exigem a internação do paciente em um hospital para que o tratamento seja feito mais profundamente. Dependendo do estado, a pessoa pode demorar mais de um mês para se recuperar completamente.
Além disso, é preciso estar atento à recorrência da doença também.
Qual a Diferença Entre a Pancreatite Aguda e a Crônica?
Ainda que as duas sejam doenças sérias no pâncreas, elas possuem algumas diferenças. Abaixo você vai aprender todas.
Pancreatite Aguda
Pode acontecer devido aos cálculos biliares, ou como são mais conhecidos, pedras na vesícula. Eles obstruem a porção terminal do colédoco, que é um duto responsável por transportar a bílis e interrompe o fluxo de secreções do pâncreas.
Essa obstrução vai provocar um aumento da glândula por conta do edema, e também um intenso processo inflamatório. Ou seja, seu corpo terá um acúmulo de líquidos.
O alcoolismo é um dos principais fatores que causam a pancreatite aguda.
Alguns dos sintomas são: forte dor no abdômen, que começa abruptamente na região superior e pode afetar até mesmo as costas, vômitos, náuseas, e icterícia, que é quando a pele e os olhos ficam amarelados.
O tratamento é clinico e uma internação no hospital se faz necessária, pois o paciente precisa receber hidratação por soro na veia e ficar em jejum durante todo o período.
Infelizmente, ainda não existe um remédio para desinflamar o pâncreas, então é necessário que o paciente repouse até que a inflamação volte ao normal de maneira natural.
Quando a doença evolui para um quadro mais grave, o paciente é transferido para a Unidade de Terapia Intensiva, a UTI. Em alguns casos é preciso até mesmo fazer uma cirurgia para retirar o material necrótico.
Pancreatite Crônica
A crônica vem a partir da aguda, que é quando o paciente tem crises bem frequentes. Ela se dá pelo mesmo motivo (o alcoolismo), e pode causar endurecimento, fibrose e até mesmo atrofiar o pâncreas.
Inclusive, o Canal de Wirsung, que é o duto principal do pâncreas (e mede apenas meio centímetro de diâmetro), fica muito dilatado por conta do depósito de cálculos que são formados principalmente por cálcio.
Seus sintomas são: dor intensa no abdômen (assim como a aguda), diarreia e diabetes, já que o pâncreas vai deixando de exercer suas funções endócrinas e exócrinas.
O tratamento também é feito clinicamente administrando o controle da dor. É necessário que o pâncreas fique de repouso.
O paciente também precisa adotar uma dieta rica de hidratos de carbono, como legumes, raízes, cereais e tubérculos, além de evitar alimentos gordurosos.
Para aqueles que sofrem com diabetes, controlar a glicose na dieta é fundamental, além de continuar tomando os remédios todos os dias.
Dieta
A dieta de quem sofre com pancreatite, tanto a aguda, quanto a crônica, não pode ser igual a de quem não tem problema no pâncreas. Fique atento aos alimentos que podem ser comidos e os que não podem abaixo.
Para a Pancreatite Aguda
O ideal é não ingerir nenhum tipo de alimento durante uma crise aguda ou até as primeiras 48 horas, já que a pessoa não vai conseguir digerir de maneira eficiente a comida, além de sentir uma dor bem forte na região.
O recomendado é apenas se manter hidratado, tomando bastante água para que o intestino consiga descansar.
Assim que a crise diminuir, a alimentação deve recomeçar, mas em poucas quantidades. Comece com água de coco, sucos de fruta coados (e sem o bagaço) e sopas de legumes e carnes batidas no liquidificador bem diluídas.
Em seguida passe para os alimentos pastosos, como purês de batata e de abóbora, frango desfiado, ovos cozidos e carnes moídas, porém desde que sejam magras.
Tudo precisa ser feito com poucas quantidades de gordura, e de preferência sem usar óleo. Utilize apenas temperos naturais, como, por exemplo, alho, salsa, cebolinha, cebola, manjericão e coentro.
Quando a pessoa começar a digerir e tolerar melhor, adicione ao cardápio alimentos como peixes, frangos (sem a pele) e carnes com pouca gordura. Já os legumes precisam ser cozidos.
Para a Pancreatite Crônica
A dieta seguida para a pancreatite crônica é muito parecida com a aguda, e pode ser seguida da mesma maneira: começa somente com líquidos, passa pelos alimentos pastosos e em seguida vai para as carnes.
Porém em alguns casos o médico responsável pode recomendar ingerir suplementos que possuem vitaminas A, E, D e K em sua composição. Outros que podem ser indicados são os que contém cálcio, zinco, magnésio e vitamina B.
É importante que o paciente não faça refeições com muito volume de comida. O certo é comer a cada duas ou três horas, em quantidades pequenas. Além disso, é preciso ingerir menos de 40 gramas de gordura por dia.
Também é necessário evitar doces e qualquer outro tipo de alimentos que contenham açúcar. E beber bastante água, assim como nas crises agudas.
O Que Não Pode Comer?
Quem sofre com crises de pancreatite deve evitar os seguintes alimentos e bebidas em excesso:
- Café e demais bebidas que contenham cafeínas;
- Cigarro;
- Chocolate;
- Pimenta e hortelã, pois são alimentos que vão estimular o intestino;
- Bebidas alcoólicas;
- Salsicha, bacon, mortadela, linguiça, presunto e outras carnes que são processadas;
- Hambúrguer, lasanha, nuggets e demais alimentos congelados;
- Fast food no geral;
- Carnes vermelhas, queijos amarelos, sorvetes, manteiga, margarina, biscoitos e outros alimentos que contenham muita gordura;
- Doces e outros alimentos que tenham muito açúcar;
O Que Pode Comer?
Os seguintes alimentos podem ser consumidos por quem tem pancreatite, principalmente durante as crises e quando começar a realimentação:
- Iogurtes e leites desnatados;
- Ovos cozidos;
- Batata, tanto a doce quanto a normal, em forma de purê;
- Abóbora, cenoura, abobrinha refogada, chuchu, beterraba, brócolis e demais legumes cozidos;
- Ricota, cottage, queijo minas e outros queijos magros;
- Macarrão sem molho;
- Arroz branco ou integral;
- Feijão e lentilha;
- Frango (sem pele), peixe e carnes vermelhas magras, sem gordura;
- Frutas sem bagaço, casca e sementes, como melancia, maçã, cereja, amora, mirtilo, entre outras;
- Sementes de girassol e de abóbora, amêndoas, pistache, nozes, castanhas e demais sementes.