Aborto Espontâneo
É considerada como um aborto espontâneo a situação em que a mulher perde o feto devido a causas naturais antes de 5 meses de gravidez. É comum que ocorra aborto espontâneo em gravidez precoce e muitas mulheres sofrem aborto antes de descobrirem que estavam grávidas. 8% a 20% das gestações conhecidas sofrem abortos espontâneos e 80% destas ocorrem antes dos três meses. A chance de sofrer um aborto espontâneo diminui à medida que a idade gestacional aumenta. O aborto é comum, entretanto é difícil e triste para a mãe e geralmente é necessário um acompanhamento psicológico após o ocorrido. Muitas mulheres não entram na porcentagem pois não sabem se sofreram um aborto espontâneo.
O aborto pode causar muito sangramento, principalmente se for mais próximo ao final da gestação. Quando é assim geralmente a mulher precisa fazer procedimentos cirúrgicos de raspagem com o médico para retirar os vestígios do feto. O ideal é consultar um ginecologista para saber se os sintomas que acompanham o sangramento são de um aborto ou de menstruação. Os exames mais comuns que trazem o diagnóstico são o Exame de beta-HCG quantitativo e o Ultrassom transvaginal. Porém algumas diferenças nos sintomas podem ajudar a descobrir se o sangramento é de um aborto ou apenas menstruação atrasada:
- O sangramento de um aborto é mais avermelhado ou rosa e pode ter cheiro fétido.
- O sangue da menstruação pode ser contido no absorvente e o do aborto geralmente vaza e não é absorvido facilmente.
- No caso do aborto o sangue pode conter tecidos cinzas (saco amniótico).
- A febre é comum apenas em caso de aborto, não em menstruação.
As causas de um aborto espontâneo variam bastante e muitas vezes ela não é diagnosticada. Pode ser uma doença ou deficiência congênita ou genética; uso de drogas (como cigarro, álcool, cocaína, crack, etc.); deformidades na estrutura dos órgãos reprodutivos; infecções; alterações hormonais; alterações cromossômicas; uso de remédios; peso fora do normal; doenças autoimunes; etc.
Após sofrer um aborto e fazer o tratamento correto, indicado pelo ginecologista, a mulher poderá engravidar novamente após três meses, ou após dois ciclos menstruais, ou quando o médico indicar que é seguro.
Risco De Doenças Cardíacas Em Mulheres Que Já Sofreram Aborto
Um estudo publicado na revista científica Heart mostrou que pode haver uma relação direta entre aborto espontâneo e risco de ataque cardíaco. A pesquisa mostrou que as mulheres que já abortaram mais de três vezes mostraram um risco para a doença cinco vezes maior. A pesquisa foi realizada por pesquisadores alemães do Centro de Pesquisas sobre o câncer em Heidelberg.
O trabalho foi realizado com base em um outro estudo mais amplo realizado anteriormente com 11.500 mulheres que já tinham engravidado alguma vez. Então os pesquisadores do estudo publicado na Heart analisaram aquelas que sofreram aborto natural ou tiveram bebê natimorto, o que somou 27%.
No estudo, em um período de dez anos, 82 mulheres tiveram ataque cardíaco. Comparando os dados, eles encontraram forte relação entre os casos. Mulheres que deram a luz a bebês natimortos tiveram aumento de mais de três vezes mais chances de sofrer o problema cardíaco. E aquelas que tiveram mais de três gestações interrompidas por abortos naturais apresentaram nove vezes mais riscos para ataque cardíaco. E, após analisarem fatores de risco para ataques cardíacos que não são relacionados ao aborto (como consumo de álcool e obesidade) a relação diminuiu para a chance de cinco vezes.
Muitos pesquisadores dizem que a relação entre os fatos ainda não é clara e necessita de mais estudos, entretanto prevenir é sempre uma opção a se considerar, por isso consulte seu médico cardiologista caso haja suspeita de aborto espontâneo.