Bócio Coloide

Para entender melhor do se trata, imaginamos o caso de uma pessoa que esteja com o bócio coloide. Ela observará um aumento de volume na região cervical anterior. Porém, normalmente, esse primeiro sintoma aparece sozinho e isso pode ocorrer bem antes dos demais. Há casos desse primeiro sintoma aparecer 2 anos antes dos demais.

O exame na área é feito com o toque e a observação de quanto foi o aumento de volume da região cervical. Verifica-se também se a pessoa está com problema na deglutição, que é normal que aconteça quando se percebe problemas na glândula tireoide.

O que os médicos observam é uma textura glândula e fibroelástica, porém, não dá para perceber os nódulos palpáveis e o paciente nem sente dor. Porém, pode-se observar que a função da tireoide está normal.

A Definição de Bócio Coloide

A doença chamada de bócio coloide é caracterizada pelo aumento do volume tireoidiano e com isso pode ser classificada de 4 formas:

• Nodular ou difuso.
• Atóxico ou tóxico, a primeira quando a função da tireoide é normal e a segunda é chamada de hipertireoidismo.
• Maligno ou benigno.
• Endêmico ou esporádico – quando atinge mais de 5% da população.

Quando o bócio está atóxico difuso chamamos de bócio coloide, pois se observam folículos aumentados e com muitos coloide.

Quando o bócio é retroesternal ou subesternal segnifica que os bócios estão crescendo dentro da cavidade torácica e isso pdoe provocar que estruturas adjacentes sejam obstruídas.

Bócio Coloide: Epidemiologia

O principal fator para que uma pessoa tenha bócio coloide é a falta de iodo na dieta, chamada de bócio endêmico. Calcula-se que no mundo, pelo menos 200 milhões de pessoas tenham desenvolvido a doença, que aumenta a tireoide. Porém, a doença também pode afetar pessoas que não estão carente de iodo, cerca de 5% da população, e ainda, a maior parte são de mulheres.

Em adolescentes, a doença constuma regredir, é o que foi observado em 60% dos casos em jovens com menos de 20 anos. Assim como a própria doença vai modificando ao longo do tempo, começa como difuso e se torna bócio multinodular.

Cerca de 12% da população mundial sofre de bócio multinodular atóxico, a maior parte dos pacientes são do sexo feminino e o tempo que dura o problema vai aumentando de acordo com a idade.

As principais características do bócio coloide:

• Manchas na cor café com leite.
• Displasia fibrosa óssea.
• Puberdade precoce periférica.

Vale ressaltar que durante o período da doença acontece uma mutação somática na subunidade da proteína. O aumento da tireoide é uma consequência da proliferação de tireócitos e isso acontece porque vários fatores são estimulados. Quando a tireoide aumenta significa que o organismo está fazendo um esforço para compensar e reter o iodo, já que não está sendo produzido hormônio suficiente.

O hormônio TSH normalmente se apresenta em níveis normais ou levemente mais altos e com a doença ele se torna mais sensível e isso faz ativar outros canais causando o crescimento.

O bócio começa difuso, porém, com o passar dos dias pode tornar-se nodular, isso se dá quando as células de alguns desses folículos da tireoide se proliferam mais do que os demais.

Os nódulos em muitas situações podem ter características de mutações no gene que faz o papel do receptor do TSH e isso faz uma ativação constitutiva do receptor. Neste caso, esse processo pode acabar gerando um hipertireoidismo.

Sintomas e Sinais

Um exame físico é suficiente para diagnosticar o bócio, até mesmo naquele de rotina, pois de cara, o médico observa que ocorreu um aumento no volume do pescoço. Além disso, o paciente pode estar com esse aumento sem sentir nada ou está sentindo um desconforto ou pressão. Porém, quando a função da tireoide não foi alterada, o bócio não apresenta nenhum outro tipo de sintoma. Feito o exsame o médico pode observar os seguintes aspectos, que são analisados de acordo com o tipo de bócio:

• Bócio subesternal: quando existe uma grande dificuldade em palpar a borda inferior da tireoide.
• Bócio difuso: sem nenhuma dor, aumento simétrico, sem nódulos que possam ser sentidos e leve textura.
• Bócio multinodular atóxico: são vários nódulos de diferentes tamanhos quando se apalpa, mas todos são possíveis sentir e arquitetura tireoidiana distorcida.

Quando os bócios são de tamanho muito grande podem causar alguns sintomas diferentes, que acontecem porque eles “apertam” os órgão adjacentes, veja quais:

• Esôfago: disfagia
• Traqueia: tosse, dispneia, estridor
• Sistema Venoso: manobra de Pemberton positiva, distensão venosa cervical.
• Nervo laríngeo recorrente: sinais de rouquidão.

Diagnóstico e Tratamento

O primeiro passo do médico é ter a certeza de que o aumento do volume que se observa se trata mesmo de um aumento da tireoide. É necessário observar, pois a gordura da região cervical anterior baixa pode confundir o diagnóstico correto. Conseguir verificar a diferença se realmente é um bócio coloide ou não, só é possível com a palpação de uma tireoide que esteja normal e localizada sob tecidos e analisar se ela se mantém parede durante a deglutição. Nos casos em que o médico fica na dúvida no exatamente tocando o local, a única opção é uma ultrassonografia.

Já o tratamento é excluir a possibilidade de uma doença maligna e a disfunção da tireoide. Aqueles pacientes que não apresentam sintomas devem ser observados e avaliados em breves períodos. O uso da ultrassonografia servirá para acompanhar o tamanho da tireoide. Quando o paciente já apresenta sintomas como a obstrução da entrada do tórax, compressão traqueal ou suspeita de que se trate de um tumor maligno, será necessário recorrer a uma cirurgia. O mesmo quando não é nenhum dos casos, mas um problema estético.

As pessoas com a doença que apresentam deficiência de iodo necessitam receber suplementos que são orais e intramusculares. Nos países desenvolvidos se faz uma campanha de prevenção, adicionando iodo aos alimentos, como no pão e no sal. Também são feitos tratamentos utilizando iodo radioativo, que se mostra eficaz para reduzir o tamanho do bócio, em média entre 1 e 2 anos, a redução pode ser de 50%.

Outro tratamento é feito para suprir a falta dos níveis corretos do hormônio TSH, usando levotiroxina, porém, se trata de uma técnica não compartilhada por todos os médicos como eficiente. Pois, com isso, se observa uma diminuição dos bócios em alguns pacientes.