A doença chamada de diabetes insípido ou em sua versão em latim diabetes insipidus tem como principal característica uma sensação de sede que nunca diminui além da eliminação intensa de urina mesmo em situações em que a pessoa ingere pouca água.
A excreção dessa grande quantidade de urina se deve a pouca capacidade renal de concentrar urina. A causa dessa doença é a deficiência do hormônio antidiurético (vasopressina) ou devido a falta de sensibilidade dos rins ao hormônio em questão.
Hormônio Antidiurético
A produção do hormônio antidiurético acontece de forma normal pelo hipotálamo do cérebro e é liberado pela neuro-hipófise. A função desse hormônio é fazer o controle da forma como os ruins fazem a remoção, filtro e reabsorção dos fluidos dentro da corrente sanguínea.
Dessa forma se existe deficiência ou insensibilidade a esse hormônio os fluidos passam pelos rins e acabam se perdendo. Isso faz com que uma pessoa que tem essa doença precise beber muita água para que possa compensar a grade quantidade de água que é perdida.
Por Que Insípido?
A palavra insipidus vem do latim e significa sem sabor devido ao fato de que a urina do enfermo não tem excesso de glicose como acontece com quem tem diabetes melito.
Os Sintomas
Os dois principais sintomas que a diabetes insipidus apresenta é a diurese em excesso e a sede que parece não cessar. Os sintomas desse tipo de diabetes são bem parecidos com os da diabetes mellitus com exceção da glicosúria (urina doce). Também em o fato de que não há hiperglicemia, ou seja, diferente da mellitus, a insipidus, não tem glicose elevada no sangue.
Esse tipo de diabetes dificilmente causa problemas de visão e costuma chamar a atenção do doente pela falta de capacidade de reter a urina durante a noite, a pessoa vai muitas vezes urinar. Pessoas que tem diabetes insípido renal hereditário costumam apresentar os sinais já na primeira semana de vida ou então na infância.
Já em adultos o começo do aparecimento dos sintomas acontece de forma súbita para casos de diabetes insípido central e de forma mais lenta no caso de diabetes insípido renal hereditário renal. Como a pessoa passa a urinar mais vezes também consome muito mais água.
Desidratação
Um dos principais problemas que a diabetes insipidus causa é a desidratação uma vez que o excesso de diurese se dá dia e noite. Os pacientes passam a ter muita vulnerabilidade a quadros clínicos de desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos. Os pacientes que por ventura não tem acesso a água podem ter distúrbios hidroeletrolíticos graves.
Apetite
A doença pode interferir no apetite, especialmente em crianças, assim como no ganho de peso e crescimento. A diabetes insipidus pode ocasionar febre, vômitos ou diarreia. Pacientes adultos que não sabem da doença podem se manter saudáveis durante décadas desde que tenham acesso a uma quantidade de água que seja suficiente. Porém, existe um risco contínuo de desidratação.
O Diagnóstico de Diabetes insipidus
Quando a pessoa manifesta os sintomas da diabetes insipidus deve procurar ajuda médica e assim fazer testes de glicemia (glicose no sangue) assim como de cálcio sérico. Também é possível fazer o diagnóstico por meio dos eletrólitos que podem estar alterados com hipernatremia que é o excesso de sódio em casos mais graves. Realizando um exame parcial de urina é possível chegar a algumas conclusões já que ele irá mostrar níveis baixos de eletrólitos e densidade urinária abaixo do normal.
Teste de Privação de Água
É possível realizar um teste de privação de água para ajudar a determinar qual é o motivo da maior quantidade de urina, se é por excesso da ingestão de líquids, problemas na produção do hormônio antidiurético ou mesmo por um problema na resposta renal a esse hormônio.
O teste serve para medir as mudanças no peso do corpo, o volume urinário assim como a composição da urina. Pode ser necessário receber doses do hormônio antidiurético (ADH) no sangue para que seja feito o diagnóstico final. Nesse teste é possível que se faça a estimulação com desmopressina que é parecido com a vasopressina (mas, mais forte) para que se detecte se o problema está na resposta renal.
Os Dois Tipos de Diabetes insipidus
A concentração de urina em pessoas normais acontece devido a secreção do hormônio antidiurético (ADH) pela parte posterior da glândula hipofisária assim como pela ação do hormônio nos rins em que está ocorrendo a concentração de urina. Existem dois tipos de diabetes insipidus, o tipo central e o nefrogênico
Diabetes insipidus Central
O diabete insípido central se dá por uma deficiência da glândula hipofisária em fazer a liberação do ADH e que pode ser de característica primário ou secundário. Se diz primário quando não existe uma lesão que seja verificável na hipófise o que faz com que possa ser genético ou esporádico. No caso de ser secundário apresenta danos na hipófise ou no hipotálamo causados por traumas, cirurgias ou infecções.
Diabetes insipidus Nefrogênico
O tipo nefrogênico do diabetes insipidus acontece quando a hipófise produz corretamente o ADH, entretanto, os rins não respondem como deveriam por ter algum defeito nos túbulos renais que podem interferir numa possível reabsorção de água. No caso nefrogênico a doença pode ser adquirida ou genética.
Diabetes Insípido Gestacional
Uma forma bastante rara dessa doença é a diabetes insípido gestacional que acontece devido aos vasopressinases que são enzimas que causam a degradação do ADH pela placenta. É comum que essa doença apareça a partir do terceiro trimestre de gestação e costuma desaparecer alguns dias após o parto.
Tratamento
O diabetes insipidus gestacional assim como a central costumam responder bem ao uso de desmopressina. Já no caso das DI dipsogênica e na DI nefrogênica, a desmopressina não costuma ter efeito. Com tumor ou não o tratamento da diabetes insipidus é indicado, mas são excluídos desse tratamento pessoas que tem hipersensibilidade ou intolerância a desmopressina.
Pacientes que apresentam a diabetes insipidus gestacional devem receber tratamento ao longo da gestação assim que se mostrar possível para que possam normalizar o quadro. A desmopressina nada mais é do que um análogo sintético do ADH que tem um tempo de ação maior e possuem uma ação antidiurética mais potente.