Gestação
A gestação na mulher é um período que deve ser sempre acompanhado por um especialista, daí a necessidade do pré-natal. Se tudo estiver bem e a gravidez ocorrer normalmente, o médico só terá a preocupação de orientar o momento certo do nascimento. No entanto, se houver uma incompatibilidade no sangue, e se não diagnosticada e tiver o tratamento adequado pode causar sérios prejuízos ao feto.
Tipagem sanguínea
Em 1932 um cientista chamado Louis Diamond foi quem primeiro diagnosticou a incompatibilidade entre os sangues do fator RH, conhecido por esse nome em homenagem ao macaco da espécie Rhesus, que foi o animal que teve seu sangue pesquisado, tornando possível essa descoberta científica. Quando a mulher está grávida, o especialista médico, deve sempre perguntar qual o tipo de sangue dela e do pai do bebê.
Essa avaliação é muito importante, pois se a gestante tiver o fator Rh Negativo e tiver um relacionamneto com um homem RH positivo, e o feto herdar o fator RH positivo do Pai, pode ocorrer a incompatibilidade sanguínea. O inverso não é conflitante, ou seja, se a mãe for Rh Positivo e o feto RH Negativo, não haverá qualquer tipo de problema.
Gravidade do Problema
Segundo a pesquisa de Louis Diamond, a incidência de incompatibilidades sanguíneas entre a mulher grávida e o bebê é de 1 para cada 200 nascimentos. O problema surge quando há a mistura do sangue do feto com o da mãe.
O sistema sanguíneo da gestante e da criança correm em vasos sanguíneos independentes, embora estejam bem próximos da placenta da mulher, que pode sofrer pequenos cortes, fazendo com que as células do sangue do feto entrem na circulação do sangue materno.
Quando isso acontece, o organismo da mãe faz o reconhecimento dessas células como um corpo estranho ao seu organismo, gerando anticorpos conhecidos como anti-D que irão atacar as hemácias do feto.
Como consequência desse ataque de anticorpos pode ocorrer a morte do feto durante a gestação ou após seu nascimento, ou ainda se a criança sobreviver terá sérios problemas como grave icterícia, deficiência mental, surdez e paralisia cerebral, quadro conhecido com Eristroblastose Fetal.
Tratamentos
Em alguns casos quando o bebê nasce afetado pela incompatibilidade, pode ser realizada uma transfusão total de sangue do fator RH Negativo, que por apresentar esse fator não será destruido pelos anticorpos maternos. Essa transfusão pode ser feita com o feto ainda no útero materno.
Atualmente já é possível diagnosticar esse problema, depois de exames realizados específicos para esse caso, podendo ser aplicado uma vacina até a vigésima oitava semana gestacional. Ainda há um tratamento adicional que pode ser utilizado, onde as gestantes nessa situação, utilizam uma substância chamada gamaglobulina Anti-RH, que é dada à mulher em 72 horas depois do nascimento do bebê.
Os casos de incompatibilidade sanguínea não são tão graves para o primeiro filho, porém os anticorpos gerados ficam no organismo materno, e se houver outra gravidez da mulher de uma criança RH Positivo, eles atravessarão a placenta facilmente para atacar e destruir as hemácias do feto. As complicações dessa incompatibilidade depende ainda do nível de sensibilização materna.
No caso da aplicação da gamaglobulina 72 horas depois do parto, ela age como uma substância que bloqueia esse processo de sensibilização responsável pela produção dos anticorpos contra o sistema sanguíneo do bebê, fazendo um revestimento em todas as células com fator RH Positivo, que conseguem penetrar na circulação sanguínea impossibilitando-as de produzirem anticorpos.
A gravidez na mulher nos casos de incompatibilidade sanguínea, deve ser acompanhada de perto pelo seu médico, para que detectado o problema, seja logo aplicada a vacina, para prevenção de futuros problemas no feto.
Salete Dias