Transplante com Órgãos Sadios
A norma atual é que o transplante só pode ser feito com órgãos saudáveis, sendo que os receptores dele poderiam ou não ser portadores do vírus HIV, porém, os órgãos que estão contaminados pelo HIV não podem ser utilizados para outras pessoas.
No entanto, um profissional norte-americano especializado em medicina defende a tese que os transplantes deveriam ser realizados também em pacientes com AIDS.
Utilização dos Órgãos Contaminados Pelo Vírus
A proposta do médico norte-americano é que, ao invés de não serem aproveitados pelas milhares de pessoas que esperam em uma fila por um transplante, os órgãos dos doadores soropositivos poderiam ser utilizados como receptores do vírus HIV, assim, a imensa lista de espera poderia ser reduzida e muitas vidas poderiam ser salvas.
O profissional que defende essa teoria terminou um estudo científico recente e contatou que, em média, 500 pessoas portadoras do vírus do HIV seriam beneficiadas se a regra fosse mudada e elas pudessem ser transplantadas com fígado e rins de doadores. Para o médico, se essa lei fosse alterada, poderia haver um provimento de órgãos para transplantar todas as pessoas com AIDS que atualmente se encontram na lista de espera por um órgão. Segundo o especialistas, era só utilizar os órgãos dos doadores com Aids em receptores também com AIDS.
Polêmica na Classe Médica
Porém, nem toda a comunidade médica aceita essa alegação do médico e alguns até rejeitam essa hipótese, baseados no questionamento da cepa do vírus, onde o receptor dos órgãos, mesmo sendo portador do HIV, poderia estar em contato com as variações características desse tipo de vírus. Assim sendo, se a pessoa receber um tipo de HIV que seja mais resistente ao tratamento a que é submetido contra a doença, a saúde do receptor do órgão poderá ser afetada.
Por isso é que desde o ano de 1984 nos Estados Unidos foi elaborada uma lei que proibia o transplante de órgãos de pacientes soropositivos.Vale ressaltar que nessa época a AIDS ainda era pouco conhecida e extremamente letal para os portadores, que morriam em poucos meses. Vale ressaltar que essa regra também foi adotada no Brasil, uma vez que seus especialistas declararam que no transplante de órgãos, algumas doenças deveriam ser proibidas, inclusive a Aids.
Levantamento Estatístico
Para confirmar sua tese, o especialista norte-americano fez um levantamento para verificar os doadores sadios que não tinham seus órgãos aproveitados no transplante por serem portadores do vírus HIV.
Levantamento Estatístico
Depois de analisar os dados, o especialista concluiu que uma média de 500 óbitos poderiam render vários órgãos em condições normais para serem transplantados nos receptores, suprindo a demanda de órgãos nas pessoas com HIV Positivo e também nos pacientes sem o vírus da Aids, agilizando a enorme fila de espera de transplantes. O especialista informa que esse procedimento já está sendo utilizado na África do Sul, com bons resultados.
Salete Dias
