Infecção Crônica na Bexiga
A infecção crônica na bexiga, a chamada cistite, é uma infecção que se caracteriza por uma inflamação na parede da bexiga, ou uma irritação no mesmo local. Essa doença pode causar o espaçamento da parede da bexiga, pode provocar uma cicatriz ou pontos de sangramento também.
A maioria das pessoas afetadas por esse problema são as mulheres, que representam cerca de 90% do total de portadores dessa infecção crônica na bexiga. Enquanto os homens representam os 10% restantes. Raramente acontece em crianças. É mais comum em pessoas acima de 40 anos.
Vários fatores fazem com que a doença seja mais comum em mulheres, principalmente a anatomia da parte íntima, que facilita a entrada e migração as bactérias até chegarem à bexiga.
A principal causadora dessa infecção é uma bactéria, conforme informaremos mais abaixo. No entanto, também é possível que a doença apresente outras causas menos frequentes. Como é o caso do uso de medicamentos, algum fator autoimune, ou quando o indivíduo esteja realizando algum tratamento à base da radioterapia.
No CID-10, existem os seguintes códigos para classificar a cistite:
- Cistite – N30
- Cistite aguda – N30.0
- Cistite intersticial (crônica) – N30.1
- Outras cistites crônicas – N30.2
- Trigonite– N30.3
- Cistite por radiação – N30.4
- Outras cistites – N30.8
- Cistite, não especificada – N30.9
Agravantes da Cistite
Alguns fatores que podem agravar a infecção crônica na bexiga são:
- Café
- Bebida alcoólica
- Estresse
- Bebidas gasosas
- Alimentos ácidos, como abacaxi, laranja, limão, dentre outros;
- Alimentos com muitos condimentos;
- Chá preto,
- Relações sexuais.
Mais abaixo, veremos alguns fatores de risco.
Fatores Que Ajudam a Melhorar os Sintomas
- Analgésico;
- Urinar muitas vezes,
- Anti-inflamatório.
Tratamentos Conservadores
- Tratamento psicológico;
- Dieta;
- Anti-histamínico;
- Ciclosporina;
- Pentosanpolissulfato,
- Amitriptilina (antidepressivo).
Tipos de Cistite
A cistite infecciosa é a mais comum, e acontece após a bactéria se instalar na bexiga. Além desse tipo, há outros. Confira abaixo:
- Cistite Crônica ou Intersticial: hoje em dia, essa condição é mais conhecida como Cistite Crônica, ou Síndrome da Dor Vesical. O seu diagnóstico é mais complexo, pois as suas causas são mais difíceis de serem compreendidas, assim como o seu desenvolvimento. As principais causas desse tipo de cistite são:
1 – Alteração ou pressão na região pélvica, que cause compressão na bexiga;
2 – A ocorrência de alterações autoimunes, que são capazes de fazer com que o organismo se defenda contra células da bexiga;
3 – Quando uma das camadas que protege a bexiga se perde, de forma que as substâncias que se encontram na urina causem irritação na mesma;
4 – Mudanças que acontecem no organismo e que provocam inflamações e problemas na bexiga,
5 – Bexiga com urina acumulada, provocando irritação nos tecidos.
O diagnóstico desse tipo de cistite é feito depois de se descartarem outras condições, por meio de exames. Até conseguir chegar aos sintomas que indiquem se tratar de uma cistite crônica. Alguns exames comuns nesse caso são: biópsia, urocultura, urodinâmica e exame físico da pélvis.
Alguns sintomas comuns apresentados por pacientes com esse tipo de cistite são:
- Dor ou desconforto no pênis e no escroto;
- Dor ao urinar;
- Sangue na urina;
- Sentir dor no baixo ventre, sentir uma pressão e sensibilidade aumentada na região da bexiga e períneo (região entre ânus e vagina ou escroto);
- Dificuldade para conter o xixi, provocando o chamado gotejamento;
- Febre baixa;
- Durante a menstruação, os sintomas podem ser ainda mais intensos;
- Fisgada e dor na região pélvica;
- Coceira e ardência na região genital;
- Urinar muitas vezes, mais que 8 por dia e durante a noite, mas faz pouco xixi de cada vez,
- Dor durante a relação sexual.
- Cistite aguda ou bacteriana: esse tipo de cistite acontece quando as bactérias passam pelo trato intestinal até se instalarem na bexiga. Recebe o nome de cistite bacteriana devido ao seu agente causador. Em casos infecciosos da doença, o principal agente causador é uma bactéria denominada Escherichia coli, que causa cerca de 85% dos casos da infecção.
Normalmente, não é um caso grave. O sintoma mais comum nesse caso é uma vontade constante de fazer xixi, coceira e dor na região íntima, o paciente também sente uma ardência que se localiza no canal urinário e a cor da urina também sofre uma alteração. Em muitos casos, o problema pode ser tratado sem que haja nenhum tipo de complicação. Mas, para isso, é fundamental seguir corretamente as recomendações médicas.
- Cistite Fúngica: não são apenas as bactérias as causados desse problema. Os fungos também têm grande potencial de causar essa infecção. Porém, são mais incomuns. A cistite fúngica acontece com mais frequência em pacientes com problemas imunológicos, com diabetes, que façam uso de antibióticos, cateteres vesicais, que foram submetidos a alguma cirurgia ou que estejam internados em UTI pois, nesses casos, o organismo do paciente não tem muitas condições de combater os microrganismos invasores.
As espécies de fungos que mais causam essa cistite são a C. albicans, responsável por causar a candidíase. Esse agente não pode ser transmitido em uma relação sexual, pois não é contagioso. No entanto, se encontrar um ambiente que facilite a sua proliferação (ambiente de baixa imunidade, região úmida, ou mudança no pH), pode contribuir para que ocorra a cistite na bexiga.
Nesse caso, um tratamento que costuma ter bons resultados é com Fluconazol, ou outros antifúngicos também.
- Cistite por Radiação: ou cistite actínica, como também é conhecida, surge como uma inflamação na bexiga após o paciente se expor à terapia de radiação. Essa condição costuma demorar um tempo para se manifestar, podendo levar de 3 meses até 14 anos depois de o paciente realizar algum tratamento radiológico na região pélvica, pois as ondas provenientes da radiação danificam os tecidos da bexiga.
Com isso, eles começam a apresentar necrose e espessamento. Tudo isso causa mudanças no funcionamento da bexiga e promove o surgimento da cistite, e sintomas como espasmos na bexiga, coceira e dor na hora de urinar, incontinência e ardência.
Nos casos mais simples, o tratamento pode ser com medicamentos e com fisioterapia, que ajuda a diminuir e até eliminar os sintomas do problema.
Além desses apresentados, existem ainda outros tipos de cistites.
Cistite é Transmissível?
Como acontece com outros tipos de infecções urinárias, a cistite não é transmissível. Pois são as bactérias presentes no próprio organismo que desencadeiam a infecção no trato urinário, que são aquelas que já existem na região renal ou no intestino.
Porém, no caso da relação sexual, ela pode facilitar a infecção, por causa da penetração, uma vez que as bactérias podem ser mais facilmente “empurradas” pela uretra, e contribuindo para que elas se instalem no trato urinário mais facilmente.
E um outro ponto que também merece ser observado é que, durante a relação sexual, a fricção pode causar lesões ou pequenos traumas ao longo da camada da ureta. É normal isso acontecer. No entanto, as lesões provocadas podem ser fatores que facilitam a instalação de bactérias na região.
Fatores de Risco
Existem algumas situações que podem contribuir para a ocorrência da cistite. Confira abaixo:
- Diabetes: em pacientes com diabetes, a ocorrência de cistite é maior. Um dos motivos é que a infecção tem relação com o controle da glicemia. Dessa forma, quanto maiores forem as taxas glicêmicas, maior será a chance de o paciente contrair uma infecção.
- Fator genético e histórico familiar da cistite: a ocorrência de cistite pode estar diretamente ligada à fatores genéticos.
- Sexo com penetração: como dissemos, essa situação pode causar lesões na parede da uretra, ou facilitar a entrada de bactérias na região íntima.
- Mudanças na imunidade: nesse caso, o organismo fica mais suscetível a contrair infecções, pois fica sem condições suficientes de combatê-las.
- Incontinência urinária: quando acontecem alterações que afetam o funcionamento da bexiga, podem acontecer irritações, principalmente quando há concentração de líquido.
- Doença na próstata: nesse caso, pode acontecer de a urina ser impedida de sair, ou sair aos poucos, o que faz com que o líquido retido provoque irritação na bexiga.
- Espermicidas e diagramas: podem causar alterações no pH da vagina, fazendo com que as defesas naturais do organismo sejam reduzidas, e contribuindo para a entrada das bactérias.
- Uso de cateter ou sonda vesical: nesse caso, a bexiga pode ficar irritada, e acontecer a cistite infecciosa.
- Período menstrual ou menopausa: até mesmo mudanças hormonais podem causar irritação na parede da bexiga.
Infecção Crônica na Bexiga de Homens e Idosos
Apesar de serem bem menos os casos dessa infecção em homens, nos casos que acontecem, ela pode causar coceira, ardência, disfunção mictória e dores. É mais comum acontecer em homens com mais de 60 anos, e pode ter uma ligação direta com problemas da próstata. Normalmente, as disfunções causam compressão na uretra, o que dificulta a eliminação da urina. Dessa forma, ela fica acumulada na bexiga e facilita a proliferação das bactérias.
É muito comum os idosos com mais de 60 anos serem acometidos por infecções urinárias, dentre as quais está a cistite. Pois essas pessoas tiveram mais alterações imunológicas. Alguns fatores como aspectos emocionais, alterações na alimentação e na rotina contribuem para a ocorrência de infecções.
As mulheres que passaram pela fase da menopausa podem ter inflamações e infecções na bexiga mais facilmente. Após os 60 anos, a incidência de casos pode ser ainda maior.