Miastenia Gravis: Doença da Fraqueza Muscular

A Miastenia gravis é conhecida como a doença da fraqueza muscular uma vez que esse é o seu principal sintoma. Além dessa fraqueza a doença causa falta de ar, cansaço excessivo, pálpebras caídas, visão dupla e dificuldades para engolir e mastigar alimentos. Um dos grandes problemas é que esses sintomas podem parecer comuns para grande parte das pessoas que vive em condição de estresse nos grandes centros urbanos.

Os Sintomas da Miastenia Gravis Autoimune

Pelo fato de os sintomas da doença não se manifestarem em conjunto é possível que o problema passe desapercebido por vários anos até existe um agravamento do caso. O diagnóstico dessa doença não é tão fácil de ser feito uma vez que os sintomas aparecem e somem de forma espontânea e podem até mesmo surgir de maneira descontinuada.

Os médicos alertam que um sintoma que deve ser observado com atenção a fraqueza com fadiga após uma atividade física intensa com melhora após um determinado período de repouso. Deve-se ter cuidado para não confundir a doença com outras enfermidades como neuropatias, esclerose lateral amiotrófica, doenças musculares entre outras.  

Miastenia Gravis – A Doença

Basicamente o sistema imunológico dá uma resposta incorreta criando assim anticorpos contra os receptores de acetilcolina (substância que é liberada nas junções neuromusculares e que interrompe a comunicação entre os nervos e os músculos). O principal sintoma dessa doença é a fraqueza muscular causada pelos distúrbios nos receptores de acetilcolina.

Os distúrbios interferem na transmissão do impulso nervoso o que causa o enfraquecimento dos músculos estriados esqueléticos. Trata-se de uma doença que pode se desenvolver em qualquer faixa etária, porém, é mais comum se manifestar em mulheres na faixa entre 20 e 35 anos.

Porém, depois dos 60 anos é mais comum aparecer em homens. A sensação de fraqueza pode se manifestar no corpo todo, sendo chamada de generalizada ou aparecer somente nos músculos oculares.

Miastenia Autoimune e Congênita

Existem dois tipos de Miastenia, a autoimune (ou adquirida) e a congênita. A primeira se dá quando existe o sistema imunológico passa a trabalhar contra os componentes da placa motora que é responsável por fazer a transmissão do estímulo nervoso que faz com que o músculo se contraia.

A Miastenia congênita se dá quando os anticorpos que são produzidos pela mãe são transmitidos pela placenta e atingem o feto. Ainda não são conhecidas as causas da Miastenia gravis. Uma observação feita pelos médicos é de que alguns pacientes demonstraram que existe uma relação entre a doença e tumores do timo, uma glândula que tem ligação com o sistema imunológico e que produz anticorpos.

O Diagnóstico da Miastenia Gravis

Para fazer o diagnóstico dessa doença os médicos se baseiam em critérios clínicos como relatos de períodos de fraqueza, testes laboratoriais e também resposta positiva aos medicamentos anticolinesterásicos. Esses medicamentos agem nos receptores neuromusculares e assim previnem a sua deterioração da substância conhecida como acetilcolina o que faz com que haja a melhora da força.

Alguns exames podem ser feitos para se ter uma confirmação de que é um caso de Miastenia gravis como, por exemplo, pedir que o paciente feche os olhos com força e depois tente abri-los. Pessoas que tem essa doença apresentam dificuldades para realizar esse teste.

Tem ainda a pouca resistência ao calor que pode ser um sintoma, quando se coloca uma bolsa de gelo sobre os olhos eles melhoram da fraqueza em pacientes com Miastenia gravis. Também é possível pedir alguns exames mais específicos como exame de sangue, por exemplo, para saber se existem anticorpos no sangue com ligação a condição da doença.

Resposta Neurofisiológica

Para ter certeza de que se trata de Miastenia gravis e não de outra doença o médico irá analisar a resposta neurofisiológica do paciente. Basicamente o teste consiste em estimulação repetitiva que faz parte da eletroneuromiografia. A junção neuromuscular é avaliada através da fraqueza induzida no laboratório e acompanhamento da resposta.

Quanto mais fraqueza é percebida mais certo de que se trata de Miastenia gravis se torna. Além disso, quanto mais acometida pela doença a pessoa está mais positivo o exame se torna. Porém, é importante ressaltar que quando a doença se manifesta nas formas oculares o resultado tende a ser negativo nesse tipo de teste na maioria dos casos.

Nessa situação é possível realizar ainda mais um exame chamado eletromiografia de fibra única. Esse exame tem como principal objetivo detectar o bloqueio ou a demora na realização da transmissão neuromuscular. O exame é feito utilizando uma agulha especial que tem em sua ponta um pequeno eletrodo que é mais sensível e específico que consegue identificar o que não deu positivo no primeiro rastreamento.

Complicações da Miastenia Gravis

São raros os casos em que a Miastenia gravis é fatal, porém, as suas complicações podem ser bastante graves. Os pacientes que sofrem dessa doença podem, por exemplo, sofrer de insuficiência respiratória uma vez que a fraqueza atinge o diafragma, o músculo que é fundamental no processo de inspiração e expiração.

Quando esse tipo de complicação acontece é necessário ter atenção, pois se torna necessária ventilação mecânica e até mesmo uma internação em unidades de atendimento semi-intensivo. Estudos ainda demonstram que cerca de 70% dos pacientes dessa doença apresentam um aumento do timo (órgão que fica próximo do coração e dos pulmões) o que pode acarretar na maturação de linfócitos e órgãos linfoides como o baço. Aproximadamente 10% dos pacientes apresentam timona que é um tumor que tem ligação ao timo.

Tratamento

A Miastenia gravis é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento que pode ser por via medicamentosa ou cirúrgica. O principal objetivo do tratamento é estabilizar possíveis crises reduzindo assim o avanço da doença e assim promover a melhora do paciente. Para a parte da doença que tem ligação com a imunidade são usados imunossupressores ou corticóides.

Para tratar a parte que atrapalha o físico são utilizados anticolinesterásicos que aumentam a força. Em alguns casos é possível retirar o timo (timectomia) através de uma cirurgia. Isso se torna necessário quando ele está com tamanho aumentado ou mesmo quando há a suspeita de tumor.

Quando a doença se mostra avançada e apresenta problemas como insuficiência respiratória (conhecidas como crises miastênicas) tem dois tipos de terapias eficazes, a plasmaferese e a imunoglobulina.

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Categoria(s) do artigo:
Doenças

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