Ataque cardíaco ou infarto do miocárdio é o nome da doença que é provocada pela obstrução de uma artéria do coração. Isso acontece quando se forma um coágulo na veia em cima de uma placa de gordura cujo nome é ateroma. Quando esse processo, que começa com o entupimento da veia acontece, as células do músculo do coração são destruídas, o que é chamado de necrose miocárdica.
Para tratar o infarto é feita uma angioplastia coronariana. A técnica consiste em desobstruir a veia que foi entupida com a ajuda de um cateter, que tem na extremidade um balão. Infelizmente, esse tratamento não é acessível a todos os brasileiros, somente uma pequena parte da população ter acesso. Para substituí-lo são usados remédios que servem para dissolver os coágulos, que são chamados de trombolítico.
Casos de Infarto no Brasil
Os números relacionados a casos de infarto no Brasil não são muito animadores. O problema é que boa parte das pessoas que sofrem infarto, metade dela, já chega sem vida no hospital. O que faz a diferença e pode ser uma chance de salvar a vida de uma pessoa que sofreu infarto é a rapidez no atendimento. Quanto menor for o intervalo em que o paciente tem os primeiros sintomas e é atendido, maior são as chances de sair com vida.
Há casos que identificando a possibilidade de um infarto por conta dos sintomas, o paciente é imediatamente direcionado para fazer o tratamento e isso faz com que uma menor parte de músculo cardíaco seja perdida. Por isso, as primeiras horas são fundamentais para o paciente sair com vida e sem sequelas.
No Brasil, os números relacionados ao infarto são preocupantes, veja a seguir:
1- Mais de 25% das mortes por saúde que acontecem no Brasil são devidas ao infarto do miocárdio.
2- Entre os anos de 1998 e 2005 o número de pessoas que deram entrada nos hospitais por conta de infarto do miocárdio subiu 65% em relação ao período anterior.
3- Por conta do número de casos, a rede pública teve que aumentar em 195% os gastos com casos de infarto do miocárdio. Dados são relativos ao período de 1998 a 2005.
4- As mortes em consequência do infarto de miocárdio também aumentaram, entre os anos de 1998 e 2003, subiram em 10% anual.
5- Cada minuto que o paciente espera para ser atendido quando sofre um infarto representa menos 11 dias de vida.
Quando a Cirurgia é Indicada Para Casos de Infarto
A cirurgia no caso de infarto do miocárdio tem sido uma opção menos frequente nos dias de hoje e continua diminuindo com o passar do tempo. Somente quando a situação é classificada como eletiva ou urgente é que se opta pela cirurgia no caso de infarto.
A cirurgia de urgência chamada de cirurgia de ponte de safena só pode ser feita quando o caso do paciente é considerado grave, por exemplo, se a obstrução for no tronco da artéria coronária esquerda. Isto é, quando a obstrução é na principal veia do coração.
Essa cirurgia de urgência também pode ser adotada caso exista contraindicação para o tratamento trombolítico, isto é, com medicação para que dissolva os coágulos ou quando a angioplastia coronariana também não pode ser feita.
Outros casos que a cirurgia é recomendada são: choque cardiogênico, isquemia recorrente ou choque cardiogênico, quando se observa uma grave falência cardíaca.
A cirurgia eletiva por sua vez é aquela que faz a revascularização e é feita somente um breve período depois que o paciente sofreu o infarto. Normalmente, entre 3 a 7 dias. Ela é recomendada quando se observa a obstrução do tronco da artéria coronária esquerda, doença biarterial que não pode ser revertida com angioplastia coronariana ou doença biarterial com estreitamento.
Diabéticos Correm Mais Risco de Morte Depois de Um Infarto
Nos dias de hoje não é muito raro ver uma pessoa mais jovem, entre 35 e 40 anos sofrer um infarto, porém, normalmente, a incidência é mais comum entre homens acima de 55 e de mulheres, acima de 65 anos. Além desse dado, os pesquisadores demonstraram que independentemente de homem ou mulher, a incidência de morte entre pacientes que sofreram infarto é maior em diabéticos.
O estudo que fez com que os pesquisadores chegassem a essa conclusão foi feito com 6.676 pacientes, entre diabéticos e não diabéticos.
Com a pesquisa chegou-se a conclusão que os motivos que fazem ficar alerta em relação ao desenvolvimento da aterosclerose e seus sintomas pode ser dividido em dois grupos: aqueles que possuem tratamento e os que não possuem tratamento.
No grupo que considera fatores de risco cardiovascular sem tratamento temos: as mulheres depois da menopausa, os homens, pacientes que na família possuem casos de aterosclerose prematura (parentes próximos) e idade, homem com 45 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais.
Os riscos de casos de cardiovasculares com tratamento são: hipertensão arterial, tabagismo, colesterol ruim ou alto, obesidade, diabete melito, sedentarismo e estresse psicossocial. Esse último virou o grande vilão do momento. Homens e mulheres mais novos do que a média da idade que o infarto passa a ser mais frequente, estão sofrendo com o problema, devido ao estresse, como principal fator.
Interheart: Estudo Internacional Sobre Infarto
Um estudo internacional chamado de Interheart, incluindo pessoas vindo de todos os continentes, queria descobrir que tipo de risco um paciente corre de sofrer infarto que pode ser sanado. Como resultado eles descobriram 6 fatores de risco cardiovascular que podem receber tratamento. São fatores que podem provocar o infarto, mas que podem ser “modificados” antes que isso aconteça. São eles: hipertensão arterial, tabagismo, diabete melito, dislipidemias, estresse psicossocial e obesidade.
Além disso, a pesquisa buscou o que poderia fazer com que uma pessoa se “protegesse” de sofrer um infarto e descobriu que determinados hábitos podem exercer esse “poder”. Estão relacionados como efeito de proteção contra o infarto do miocárdio os seguintes hábitos: ingestão diárias de frutas, legumes e verduras e atividade física com regularidade.
Para os pesquisadores a ausência desses dois fatores pode explicar a grande quantidade de infartos do miocárdio no Brasil e no mundo.
De acordo com pesquisas realizadas, as pessoas do sexo feminino são mais acometidas pelo infarto do miocárdio do que os indivíduos do sexo masculino, o que faz com que as mulheres tenham cinquenta por cento a mais de infarto fulminante do que os homens. Os estudiosos dizem que esse problema pode ser explicado pelo fato delas não darem a devida importância aos sintomas variados que indicam um possível ataque da enfermidade. Além disso, pela variedade de sintomas que o infarto apresenta, como vômitos, dores nos braços, falta de ar, desconforto nas costas e formigamento na língua, os pacientes costumam demorar a ter um diagnostico correto, e como consequência, um atendimento rápido e eficaz.
Segundo especialistas, os sinais do infarto que aparecem com mais frequência, tanto nas mulheres quanto nos homens ainda não puderam ser identificados, no entanto, ressaltam que a dor no peito deve continuar sendo o principal sinal de infarto. Porém, outras manifestações clínicas, como sensação de desmaio, arritmias, náuseas e suor frio também podem ser consideradas como causa do problemas, principalmente nas pessoas que são portadoras de diabetes e nos idosos.
Salete Dias