Corticoides, ou anti-inflamatórios esteroidais, glicocorticoides ou ainda corticosteroides, como também são conhecidos, representam uma classe de medicamentos que possuem ação imunossupressora e também anti- inflamatória. A sua ação serve para suprimir mecanismos de defesa do corpo humano, que é um procedimento indicado para casos em que o paciente precise se submeter a enxerto e transplantes, por exemplo. Além do mais, esses medicamentos também possuem várias outras indicações de uso.
Para produzir corticoides, é usado um hormônio que o nosso corpo produz e que se chama cortisol, cuja produção acontece nas glândulas suprarrenais. Dessa forma, diz-se que o corticoide é considerado com um medicamento derivado sintético do cortisol. Eles possuem o mesmo núcleo. No entanto, a estrutura do corticoide sofre uma alteração para que a sua ação e a sua função sejam potencializadas no organismo.
Por ser um hormônio sintético, ele não age somente na região do corpo onde o problema está localizado. E isso pode acabar causando alguma alteração no funcionamento do organismo como um todo.
Corticoides
A utilização desse medicamento só deve ser feita mediante prescrição médica. Também é importante sempre seguir a posologia indicada, e também o protocolo da retirada do remédio do organismo.
Riscos Associados ao Uso Em Excesso de Corticoide
O uso de todo medicamento deve ser feito de acordo com a necessidade de cada caso e sempre com uma prescrição médica. No caso do corticoide, o seu uso em excesso ou por um período prolongado pode causar uma série de problemas à saúde como, por exemplo:
- Fragilidade nos ossos: o uso de corticoide por um longo período causa um aumento dos osteoblastos, redução de sua atividade, reduz a absorção de cálcio e aumenta a sua secreção urinária, deixando os ossos bem mais fracos e suscetíveis a fraturas constantes e à osteoporose.
- Pressão alta, colesterol e diabetes: o uso do corticoide também pode favorecer o aparecimento de diabetes em pessoas com pré-disposição ao problema, pois reduz a captação de glicose. Ao parar com o uso do corticoide, a diabetes também tende a desaparecer. Porém, se o indivíduo tiver pré-disposição genética ao problema, não irá desaparecer.
O aumento da pressão arterial também pode acontecer pelo uso do corticoide, uma vez que acontece a retenção de sódio no organismo do indivíduo. O aumento do colesterol também pode acontecer nesses casos.
- Infecções recorrentes: os pacientes que usam o Prednisona (20 mg/dia), apresentam mais chances de desenvolverem infecções, pois o uso desse medicamento enfraquece o sistema imunológico, de maneira que o organismo fica menos protegido contra infecções provocadas por fungos, vírus, bactérias, parasitas e por microrganismos atípicos. O que pode levar à ocorrência de infecções disseminadas mais graves.
- Alteração nos olhos: glaucoma e catarata também são problemas que podem acontecer devido ao uso de corticoides, resultando em problemas para enxergar que são ainda mais frequentes em idosos. É importante que as pessoas que usam corticoides e já apresentam problemas de glaucoma, ou que tem casos na família faça, regularmente, exames para verificar como está a sua pressão ocular enquanto estiver fazendo uso do medicamento.
- Insônia e irritabilidade: também é comum o indivíduo apresentar momentos de irritabilidade, de insônia, euforia, redução da concentração, perda de memória e, dependendo, pode desencadear até a depressão.
- Alteração no intestino e no estômago: dor abdominal, azia, úlcera e refluxo também podem aparecer em pacientes que usam corticoide por alguns dias, ou ainda que usem simultaneamente com outros medicamentos, como anti-inflamatórios, por exemplo.
Estômago
É muito importante lembrar que, geralmente, o uso do corticoide acontece em um curto espaço de tempo. Quando há a necessidade de se prolongar o tratamento, de usar por um período maior, ou de uma forma mais recorrente, é preciso associar o uso de outros medicamentos para amenizar ou conter os efeitos colaterais mais expressivos que o corticoide provoca.
Os corticoides são medicamentos muito fortes. Em geral, quando precisam ser administrados, eles costumam proporcionar uma melhora bem rápida ao paciente. O seu uso tem várias recomendações. Algumas pessoas costumam usar o medicamento em casos de algum tipo de infecção, pensando que, assim, estarão tratando outro problema posterior. Como já tomaram uma determinada dose recomendada pelo médico, elas pensam que podem tomar novamente sem uma nova prescrição. Isso não deve ser feito em hipótese alguma.
Como é o Funcionamento de Corticoides?
Se o paciente apresenta uma infecção, então há uma série de substâncias responsáveis pelo processo inflamatório. Elas, consequentemente, irão refletir em todo o corpo. O uso do corticoide irá impedir que muitas das substâncias que estão envolvidas nessa inflamação e também na resposta imune do paciente, possam ser produzidas.
Quais São os Tipos de Corticoides?
É possível encontrar corticoide nas mais variadas formas farmacêuticas e também com diferentes formas de uso. Podemos encontrar o medicamento para ser ingerido via oral (xarope e comprimido), na forma de colírio, como injetável, para via inalatória e, até mesmo, para uso tópico (cremes e pomadas). Por via inalatória, o seu uso é mais comum para tratar bronquite asmática crônica.
O corticoide já existe há muito tempo. É um medicamento bem antigo. Com o passar do tempo, foi aprimorado, houve mais documentação e relatos dos seus efeitos colaterais, foram criadas novas células. Com isso, as empresas passaram a incluir em sua formulação outros medicamentos que contribuíssem para evitar o agravamento dos efeitos colaterais.
Ilustração do Corticoides
Os corticoides são divididos em cinco tipos, basicamente. São eles:
- Corticoides oftálmicos: em forma de colírio, e que é usado no tratamento de uveíte e de conjuntivite, por exemplo. Melhorando a vermelhidão e a irritação que esse tipo de problema causa.
- Corticoides injetáveis: esse tipo de corticoide só deve ser prescrito e administrado por médico. E é indicado para o tratamento de problemas como queloides, lúpus e artrite reumatoide.
- Corticoides tópicos: em forma de loções e de cremes, cuja utilização é indicada para tratar doenças de pele (eczema e urticária, por exemplo) ou reação alérgica.
- Corticoides nasais: em forma de spray, esse tipo de corticoide é indicado para o tratamento de rinite alérgica, asma e demais alergias respiratórias muito comuns.
- Corticoides orais: são comprimidos cuja indicação de uso é no tratamento de doenças crônicas inflamatórias, como a hepatite, bronquite, artrite, dentre outros.
Quando o Uso de Corticoide é Indicado?
Comprimidos de Corticoide
O uso de corticoide é indicado para alguns casos de imunossupressão e para a maior parte de reações inflamatórias. Confira abaixo uma lista com algumas das principais doenças que usam esse medicamento no seu tratamento:
- Hepatite autoimune
- Edema cerebral
- Artrite reumatoide
- Herpes Zoster
- Doenças de pele com origem inflamatória ou doenças autoimunes
- Psoríase
- Gota
- Esclerose múltipla
- Linfoma e Leucemia
- Lúpus
- Granulomatose de Wegener
- Sarcoidose
- Asma
- Mieloma múltiplo
- Transplante de órgãos
- Rinite alérgica
- Alergias (especialmente anafilaxias)
- Vitiligo
- Púrpura Trombocitopênica idiopática (PTI)
- Insuficiência adrenal (Doença de Addison)
- Urticária
- Doença inflamatória intestinal
- Vasculite
O corticoide também pode estar presente em medicações no protocolo de uma espécie de câncer que acontece em crianças, conhecido como leucemia linfoide aguda, e também em determinados casos em que existe o risco de nascimento prematuro do bebê.
Quando o Uso do Corticoide é Contraindicado
O uso do corticoide deve ser somente sob prescrição médica. E não há uma contraindicação que seja absoluta. Como esse medicamento costuma alterar a pressão arterial, fragilizar os ossos e provocar alteração na glicemia, as pessoas com problemas de hipertensão arterial, diabetes, menopausa e a osteoporose devem tomar mais cuidado quando precisarem se tratar com corticoide.
O uso do medicamento deve ser feito somente em casos de necessidade, que o médico saberá determinar. Quando o tratamento é em crianças, é preciso monitorar de perto e, assim como em adultos, o seu uso deve ser somente quando for realmente necessário. Pois o remédio pode provocar prejuízo no desenvolvimento esquelético e muscular.
No caso de idosos, normalmente se faz necessário fazer uma avaliação do metabolismo do indivíduo antes de o corticoide ser prescrito.
Descrição do Corticoide
Quando o paciente apresenta alguma doença crônica, geralmente não é indicado o uso prolongado do corticoide.
Em resumo, esse medicamento só deve ser indicado quando os benefícios do uso forem bem superiores aos riscos.
Riscos Associados ao Uso Contínuo de Corticoide
Se os corticoides forem usados cronicamente, eles podem resultar em graves problemas, pois se trata de um remédio de grande efeito. Nesse tipo de situação, o medicamento está relacionado com mudanças celulares em inúmeras partes do corpo.
Dependendo do problema, ele pode até se agravar com o uso contínuo de corticoide. Um exemplo são as pessoas com problema de artrite reumatoide e demais doenças reumáticas sem cura, que podem ter o seu problema agravado, pois essas pessoas podem se tornar dependes do medicamento. E, quando ele é retirado, acontece um piora muito grande no quadro do paciente.
Além do mais, o uso contínuo de corticoides pode fazer com que a glândula suprarrenal tenha o seu funcionamento alterado, pode causar obesidade central, cânceres em formas mais agressivas e, quando for aplicado continuamente sobre a pele, pode acabar mascarando outros problemas, tornando-os ainda mais graves, e até mesmo crônicos, dificultando muito o seu tratamento.
Uma pessoa com câncer, por exemplo, se começar a tomar corticoide de maneira indiscriminada, muito além do que o médico prescreveu, no intuito de amenizar as dores, pode fazer com que o câncer se espalhe também para outras partes do corpo do paciente. É por isso que é essencial só usar o medicamento quando o médico prescrever e usar exatamente como ele indicou.
Remédios Corticoide
O Uso de Corticoide Engorda?
A resposta é sim. No entanto, se o medicamento for usado por um período curto de tempo, os seus efeitos tendem a desaparecer assim que o tratamento terminar. Além do mais, usando corticoide por pouco tempo, a pessoa não deve engordar quase nada. A diferença não é algo que se nota facilmente.
Algumas das razões que fazem com que o corticoide engorde são: provoca o acúmulo e a redistribuição de gordura pelo corpo, causa um aumento de apetite, provoca a retenção hídrica, dentre outros.
Algumas Reações Adversas Mais Comuns Associadas ao Uso do Corticoide
Existem muitas reações adversas provocadas pelos corticoides. A intensidade e a gravidade estão relacionadas, normalmente, ao tempo de duração do tratamento e à dosagem elevada. Algumas das reações mais comuns, e que costumam surgir nos primeiros dias do tratamento são: aumento da pressão arterial, retenção de líquido, edemas ou inchaços pelo corpo, rubor facial e a elevação da taxa de glicemia.
Desmame do Corticoide
Quando esse medicamento é usado por um período de tempo maior, acontece de ele causar a degradação de determinadas proteínas do organismo, provocando uma redistribuição da gordura do corpo (que passa a se concentrar em algumas áreas como no abdômen, no rosto e no dorso), perda de massa muscular, estrias (normalmente são arroxeadas e grandes), diminui a imunidade, fragiliza os ossos e favorece o desenvolvimento da catarata.
Até mesmo os corticoides de uso tópico têm potencial para oferecer riscos ao indivíduo, especialmente se no local da aplicação do creme ou da pomada houver um corte. Porém, nesse caso, os riscos não são os mesmos dos citados anteriormente. E se relacionam mais com a redução da imunidade.
Os corticoides usados via inalatória, mais comuns em crianças que apresentam crises de asma, e que usam o produto “espirrando-o” dentro da boca, pode resultar em candidíase oral (provocada por um fungo), caso seja usado várias vezes.
Dessa forma, as reações adversas ao que se espera do medicamento varia conforme o tempo de duração do tratamento com o medicamento, a dosagem e também a forma do remédio (spray, comprimido, colírio, creme, injetável, pomada, etc.)
Corticoide Pode Causar Overdose?
Todo medicamento pode causar uma overdose. A questão é usar somente a dosagem prescrita pelo médico. Além do mais, é fundamental ter em mente que há sim um limite seguro para o seu consumo, nos quais estão inclusos dosagem, combinação com outros medicamentos, horários, a saúde do paciente, e muitos outros fatores que são muito importantes e fundamentais.
Sendo assim, jamais é aconselhável se automedicar ou usar misturar o uso de medicamentos sem a orientação de um médico.
