Transtorno Bipolar na Mulher
A gravidez costuma ser um período de expectativas, dúvidas, medos e esperanças. Quando a mulher grávida sofre de transtorno bipolar, a gestação pode se tornar mais difícil, pois além de controlar a ansiedade natural dessa fase, ainda tem de administrar os sintomas da doença, que é caracterizada por crises de depressão alternadas com euforia.
Mulheres Grávidas com Transtorno Bipolar
Todo problema nessa etapa é potencializado, por exemplo, se a mulher sofre um aborto espontâneo é difícil para ela aceitar o fato, em mulheres bipolares, a situação é pior pois os sintomas costumam se agravarem com cada dificuldade que enfrentam.
Utilização de Medicamentos
Quando a mulher que sofre de transtorno bipolar, e tem sua gravidez confirmada, é necessário uma avaliação com o médico que a acompanha para saber qual estratégia deve ser adotada, para que não haja problemas nos nove meses de gestação, já que devido ao grau do transtorno, nem todas elas poderão se abster da medicação por causa do filho. A opção de utilizar os remédios vai depender do médico e da paciente.
Profissionais especializados em psicobiologia revelam que em vários casos, retiraram a medicação,principalmente o lítio, pelas chances que ele apresenta de provocar malformação congênita, normalmente no coração. Como regra, os remédios são suspensos, nos três primeiros meses de gestação, período de maior risco para o feto. Depois dessa fase,de acordo com o estado da mulher, eles poderão ser restituídos, mas com precaução pela exposição que o bebê pode sofrer pelos efeitos das medicações.
No entanto, se houver necessidade, especialistas aconselham que a gestante seja acompanhada por seu médico, principalmente quando estiver próximo da data do parto.
Outras Opções de Tratamento
Outras opções para o tratamento da bipolaridade em grávidas, segundo profissionais especializados é a psicoterapia, que nessa fase pode ajudar muito a mulher, funcionando como um isolamento num momento de estresse, pois algumas pacientes as vêzes necessitam evitar a exposição às situações que possam deixá-las ansiosas.
Uma rotina organizada também pode ajudar, pois a pessoa sabe de seus limites, e pode planejar suas tarefas, tendo mais controle da situação. Porém, se a situação for mais grave, é necessário um procedimento chamado eletroconvulsoterapia, que só deve ser feito por especialistas, e oferecem um risco menor à criança que os remédios.
Atualmente esse procedimento é feito com anestesia, e a paciente não apresenta convulsão na hora do tratamento, reduzindo os possíveis comprometimentos do feto.
Depressão Pós-Parto para Bipolares
Profissionais revelam que a depressão pós-parto, logo após o nascimento da criança é um momento perigoso para as mulheres bipolares, já que a chance de desenvolvê-la é cerca de sete vezes maior.Em 30 por cento das mulheres podem ser acometidas por surtos de psicose, sendo comum ela voltar a tomar a medicação, não podendo amamentar seu filho.
Perigo
No entanto de acordo com especialistas,nem todas as medicações oferecem riscos nessa fase, com exceção do lítio, que é contraindicado pela APA( Associação Pediátrica Americana). Outro fator que pode levar à depressão nessa fase é a falta de sono no bebê, quando ele deve ser amamentado, pois algumas mães acabam não tomando seus remédios, para ficarem acordadas, caso as crianças precisem.
Influência da Genética
Segundo dados da ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar) 50 por cento dos indivíduos bipolares tem histórico de algum familiar afetado, sendo que os filhos tem cerca de 25 por cento de terem o distúrbio, se somente um dos genitores o apresentar, e em torno de 60 por cento se os dois responsáveis sofrerem do transtorno. Os especialistas ressaltam que, se a criança tiver uma boa estrutura familiar e um ambiente emocional saudável, essa situação pode protegê-la impedindo ou retardando a manifestação do distúrbio.
Salete Dias
