Depois de comer mais que aguenta, ingerir algo que não caiu bem, exagerar na bebida alcoólica e sofrer uma ressaca insuportável, nada mais comum que precisar jogar para fora o que foi engulido. O refluxo é, portanto, comum em diversos casos. É esporádico e passageiro, muitas vezes não é necessário nem visitar um médico para saber se está tudo bem. Exceção, é claro, quando o sintoma vem acompanhado de febre, dor de cabeça ou algum outro sintoma que possa indicar uma complicação mais grave. O refluxo comum, nessas situações esporádicas, acontece porque o esôfago não é acostumado com ácido. Quando entram em contato, aquele precisa eliminar este, o que faz rapidamente.
Há situações, no entanto, nas quais a mucosa do esôfago possui menos resistência que a da maioria das pessoas. Em outras, o ácido reflui por mais tempo que tal mucosa pode resistir. Em ambos os casos o refluxo pode chegar até a garganta, causando o vômito, ou apenas ficar refluindo no esôfago e causando irritação a quem está sofrendo do problema. Isso é sinal de uma doença, o refluxo gastroesofágico. Quem nunca teve um amigo (a) que vomita com mais facilidade sempre que vê algo um pouco diferente ou nojento? Geralmente essas pessoas são taxadas de frescas ou mimadas. Porém, podem, na verdade, sofrer dessa complicação, que é mais comum que imaginamos.
Há diversos fatores que mantem o refluxo do esôfago em níveis controlados. Quando alguns desses fatores são neutralizados o refluxo ocorre. A entrada oblíqua do esôfago no estômago, a roseta da mucosa gástrica ao nível da cardia, os elementos de fixação do estômago e o fator valvular estão entre os fatores anatômicos que impedem o refluxo. Há também o pilar direito do diafragma ao nível do hiato, este último é o mais importante de todos. Além dos anatômicos, os fatores fisiológicos também auxiliam no controle do refluxo. Dentre esses o mais importante é a pressão do esfíncter inferior do esôfago.
Entre os sintomas que podem ser sentidos por alguém que sofre de refluxo gastroesofágico está a pirose, que causa aquela sensação de queimação na barriga. Muitas vezes é confundida com azia. A regurgitação é o fluxo de pequenas quantidades de vômito, que não chegam a sair da boca. Também é um sintoma comum. Quando ambos os casos ocorrem com frequência, pode ser sinal da doença.
O tratamento é complicado, pois os sintomas tendem a voltar pouco tempo depois que ele termina. Nesse caso, recomenda-se algumas mudanças de comportamento como tratamento para pessoas que sofrem de refluxo. A cabeceira da cama deve ser elevada em cerca de 20 cm e deve-se evitar deitar em até duas horas após refeições. O cigarro também precisa ser evitado, bem como alimentos ácidos.