Quadro Clínico da Síndrome de West

Síndrome De West: O Que É

Essa síndrome é um tipo muito raro de epilepsia. É também conhecida como Epilepsia Mioclonica. Se inicia normalmente no primeira ano de vida e é mais comum nos meninos do que nas meninas. 

Quadro Clínico E Sintomas

Um bebê com síndrome de West possui comportamentos de flexão e extensão involuntária do corpo. O bebê que costuma esticar os braços e dobrar o tronco, ficar um tempo assim e voltar a posição inicial. O normal é, em crise, que ocorra de 10 a 15 vezes o espasmo. E ainda, é mais normal acontecer ao acordar e quando está quase dormindo. Se você desconfiar que o comportamento de seu bebê está estranho e parecido com os sintomas da síndrome, o ideal é gravar vídeos das possíveis crises para mostrar ao médico, já que o exame clínico é o que o médico mais precisa para ter um diagnóstico conclusivo. 

É uma condição muito rara, que afeta menos de 6 bebês a cada cem mil. E geralmente aparece entre os 4 e 8 meses de vida. Mais da metade dos casos acontecem nos meninos. A maioria das crianças com a síndrome apresentam deficiências mentais mais tarde na vida. ! a cada 5 possuem habilidades mentais normais ou apenas problemas leves. Alguns poderão ter autismo.

Os pais podem confundir os espasmos com movimentos resultantes de dores ou cólicas e acabar ignorando isto, sem procurar ajuda médica. Isso se junta ao fato de que os espasmos relacionados à síndrome de West acabam desaparecendo até o quinto ano de vida. Entretanto eles são substituídos por outras crises de epilepsias mais graves. 

O quadro clínico envolve atraso no desenvolvimento e espasmos infantis. Estes espasmos variam de criança para criança. Os espasmos podem ou não ser acompanhados de gritos. É muito importante que o diagnóstico seja feito no início da vida.  Se o tratamento for feito a partir dos primeiros meses de vida, a criança pode não desenvolver essas crises graves futuramente e também não têm seu desenvolvimento tão afetado.

Diagnóstico

A Síndrome de West é diagnosticada pelo quadro clínico e sintomas, além de exame de eletroencefalograma com padrão de hipsarritmia. O EEG mostra um padrão desorganizado chamado de hipsarritmia. Ele é sempre anormal em crianças com Síndrome de West, entretanto ele pode apenas se mostrar assim durante o sono.

A maioria das crianças necessitam, além do exame clínico e do EEG, de outros testes, como exames cerebrais, exames de sangue, testes de urina, de fluido espinhal, etc. A ressonância magnética é o exame cerebral mais eficiente para identificar a Síndrome de West.

Tipos de Síndrome de West:

  • Sintomático: quando uma outra doença ou condição causou a síndrome e o médico sabe qual foi
  • Criptogênica: quando o médico desconfia que outra condição causou a síndrome, mas desconhece-a
  • Idiopático: quando o bebê estava com o desenvolvimento físico e mental normal antes de desenvolver a síndrome, a causa é genética e não tem a ver com outra condição de saúde

Causas

Todas as condições que danificam o cérebro podem causar a síndrome, sendo estas pré-natais ou pós-natais. Isso quer dizer que, qualquer acontecimento ou doença que apareça na gravidez ou após o nascimento, pode afetar o cérebro e causar por consequência a Síndrome de West. 

A maior causa é a Esclerose Tuberosa, uma condição hereditária que faz com que tumores não-cancerosos cresçam em várias partes do corpo, incluindo o cérebro. Se for esta a causa, o bebê apresenta inchaços na pele nos locais dos tumores. Outra condição genética que pode causar a síndrome é a Síndrome de Down.

Garoto Com Síndrome de West

Garoto Com Síndrome de West

Além disso, outras condições podem causar a síndrome, por exemplo:

  • Lesão cerebral
  • Problemas na formação do cérebro
  • Mudança estrutural no cérebro
  • Falta de oxigenação no cérebro
  • Infecções no cérebro
  • Sangramento no cérebro
  • Inflamações no cérebro
  • Distúrbios do metabolismo
  • Deficiência de vitamina B

Tratamentos

Os principais tratamentos usados são à base de medicamentos orais. Os mais usados são: Corticoides, ACTH (hormônio), Vigabatrina (medicamento para convulsão), Esteroides (como o Prednisona), Vitamina B6. 

Alguns desses medicamentos, como os esteroides e o ACTH, podem causar efeitos colaterais muito indesejados, como: enfraquecimento do sistema imune, pressão alta, problemas digestivos, urina açucarada, etc.

O Vigabatrina também causa muitos efeitos colaterais. Dentre eles, mudança permanente na visão, sonolência, vômitos, prisão de ventre, dor de barriga, etc.

Estrutura química Vigabatrina

Estrutura química Vigabatrina

Outros medicamentos usados também, em substituição a estes, são: Benzodiazepinas, Rufinamida, Topiramato, Ácido Valpróico, Zonisamida, etc.

Mudanças na dieta podem também ajudar no tratamento e diminuir as crises. Entretanto, assim como os remédios, essa decisão cabe ao médico e nutricionista. A dieta cetogênica está fortemente associada ao tratamento da Síndrome de West. Ela consiste em uma alimentação rica em gorduras boas e pobre em carboidratos, excluindo carboidratos simples e refinados da dieta. Também pode ter efeitos colaterais e, por isso, um acompanhamento profissional é essencial.

A cirurgia pode ser solicitada em alguns casos. Se imagens cerebrais mostrarem lesões, poderá ser feita cirurgia para retirar, como a calostomia corpus, ou cirurgia do cérebro dividido. Neste procedimento, o cirurgião corta as duas metades do cérebro para que os sinais de convulsão de um lado não se desloque para o outro. Isso faz com que a intensidade das crises diminua consideravelmente.

Se a causa da Síndrome for a Esclerose tuberosa, poderá ser solicitada uma cirurgia chamada de Ressecção, onde o cirurgião irá remover partes do cérebro que estão causando as convulsões, ou seja, os tumores cerebrais relacionados à esclerose.

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Categoria(s) do artigo:
Doenças

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