Transplantes Renais

Cuidados no Procedimento 

Segundo profissionais especializados em nefrologia, um transplante renal é uma cirurgia que requer muitos cuidados, tanto antes, quanto depois da intervenção cirúrgica, pois é essencial que sejam feitos alguns testes antígenos antes, e no  pós-operatório,as medicações são indispensáveis para que não haja rejeição por parte do organismo que recebeu o transplante. 

Falta de Imunossupressores 

Os especialistas alertam para o fato de que, há uma preocupante falta nos hospitais da rede pública de imunossupressores, que são os remédios que todo paciente transplantado deve tomar para evitar rejeições ao orgão que foi doado, pois são muito importantes no período dos seis meses iniciais, e se a pessoa não tiver o medicamento em um ano, todo o procedimento feito pode virar um total fracasso. Os médicos informam que são medicações caras, e muitos indivíduos não tem como comprá-las, e ressaltam a necessidade de programas de suporte nas redes públicas para o fornecimento do imunossupressores, que no final ficará mais barato para o Estado do que se o paciente voltar a fazer o tratamento, que era feito antes do transplante. 

Transplante Renal – O Que É? 

O transplante renal é feito em pacientes que apresentam uma doença renal crônica em estágio avançado, ou insuficiência renal crônica (IRC).Trata-se de um problema que causa o comprometimento da função que o rim possui de filtrar o sangue e de controlar os fluidos presentes no organismo. 

Para realizar esse tipo de transplante, é usado um rim saudável de alguém vivo ou morto, que é doado para o paciente com o órgão doente. Por meio de um processo cirúrgico, os médicos implantam o novo rim, e este começa a filtrar e a eliminar toxinas e líquidos.  

O transplante de rim é tido como a alternativa mais completa de substituição da função dos rins. Como resultado, o paciente tem mais qualidade de vida, que passa a ter mais uma rotina com mais liberdade. 

Transplante Renal

Transplante Renal

Quais as Causas da Insuficiência Renal Crônica (IRC)? 

Algumas doenças podem provocar esse problema, como infecções urinárias recorrentes, diabetes, cálculo renal, malformações, hipertensão arterial e glomerulonefrites. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), acredita-se que existam, no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas que apresentam algum grau desse problema renal. 

Essa doença renal pode provocar uma redução da capacidade funcional renal para menos de 10%. O que torna necessária a realização de terapia substitutiva renal. No começo do tratamento, o paciente passa por sessões de diálise (hemodiálise ou peritoneal). No entanto, a única maneira de curar é por meio do transplante de rim. 

Insuficiência Renal Crônica

Insuficiência Renal Crônica

Para Quem se Destina o Transplante Renal? 

Como dissemos, o transplante renal é indicado para os pacientes que possuem doença renal crônica, e que se encontra em estágio avançado. Quem decide se há ou não a necessidade de realizar o transplante é o médico nefrologista realizar uma avaliação criteriosa, solicitar exames de urina, de sangue e também de imagem. 

Quando o Transplante de Rins é Contraindicado? 

O transplante de rins pode ser contraindicado conforme o estado de saúde do paciente, da mesma forma que acontece em outros procedimentos cirúrgicos. Alguns exemplos de contraindicações são: pacientes portadores de enfermidades infecciosas, cardiovasculares ou hepáticas, que não estejam controladas; ou pacientes que se encontrem gravemente desnutridos. Esses são exemplos de situações cujo procedimento é formalmente contraindicado. 

Já os pacientes com uso abusivo de álcool ou de drogas, que apresentam distúrbios psiquiátricos, ou que estejam passando por graves problemas na família podem acabar comprometendo a correta utilização de medicamentos e também dos controles laboratorial e médico indicados no pós-transplante.  

Antes de Passar Pelo Transplante é Preciso Fazer Diálise? 

Nem sempre. Caso o paciente que está com a doença renal crônica se encontre em tratamento conservador desde que a doença começou, o médico consegue programar o melhor momento para realizar o transplante, que é na fase mais grave da doença. Mas, nesse caso, é preciso que o paciente tenha um doador vivo. 

No entanto, essa doença é silenciosa. Em muitos casos, ela só é descoberta quando já se encontra em fase mais avançada. Nesse caso, não há como programar o tratamento. E esse é o motivo que leva grande parte das pessoas com a doença a iniciarem o tratamento pela diálise peritoneal ou hemodiálise. Depois de dar início ao tratamento, é que elas se cadastram na lista para realizarem o transplante de rim, ou para receberem um rim de alguém vivo. 

Diálise

Diálise

Qualquer Pessoa Pode Doar Um Rim? 

Existem, basicamente, dois tipos de doadores. São eles: doadores vivos (que podem ser ou não parentes do paciente), e os doadores falecidos. No caso de um doador vivo, este deve manifestar a livre vontade de doar o rim (é proibido comercializar órgãos); é preciso realizar um teste de compatibilidade sanguínea ABO com o paciente que irá receber o órgão. Também são realizados testes para verificar outras compatibilidades (cross-match e HLA). 

Quando se trata de um doador já falecido, só se retira os rins após ser estabelecido o diagnóstico da morte encefálica do indivíduo. E também após a autorização da família. Ao contrário do que muita gente pensa, esse diagnóstico segue rigorosos padrões pré-definidos pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). 

Ilustração do Rim Humano

Ilustração do Rim Humano

Para garantir que os rins doados estão em perfeitas condições e que não tem doença alguma que possa contaminar ou ser transmitida para o paciente receptor, são realizados inúmeros exames antes do transplante. O sangue dos receptores é cruzado com o sangue do doador. O paciente que apresentar melhor compatibilidade é quem receberá o rim, ou seja, o paciente que apresentar um risco de rejeição menor do que os demais). 

Os pacientes que precisem de um transplante de rim e que queiram entrar na fila para receber um rim de um doador falecido, devem se inscrever no estado onde o transplante será feito, na Central de Transplantes, em uma lista única para receptores de rins. 

Os únicos critérios para selecionar o receptor do rim doado é a compatibilidade entre as partes e também o tempo de espera na fila.

Quando o doador é uma pessoa viva, tanto parentes quanto não parentes podem ser doadores. No entanto, é preciso ter uma autorização judicial. Da mesma forma que acontece com um rim de doador falecido, quando o doador é uma pessoa vida, também é preciso realizar uma bateria de exames para garantir que o rim a ser doado está em boas condições de funcionamento. E também se o doador não apresenta nenhuma doença que possa ser transmitida para o paciente. Além do mais, também é preciso avaliar os riscos envolvidos na retirada e doação do rim, se eles são reduzidos. 

O Que o Paciente Precisa Fazer Após o Transplante? 

Ilustração de um Rim na Mão de um Médico

Ilustração de um Rim na Mão de um Médico

Após se submeter ao transplante de rim, o paciente não pode parar de ir ao médico. Ela terá que tomar remédios (imunossupressores). Eles ajudam a reduzir as chances de o órgão transplantado ser rejeitado.  

Quem passa pelo procedimento de transplante deve usar remédios por todo o tempo em que for transplantado. Caso deixe de usar a medicação prescrita, o paciente pode ter sérios problemas. Inclusive, pode até perder o rim transplantado ou outro tipo de problema. 

A medicação ajuda a reduzir a imunidade do paciente, para que o seu organismo não rejeite o rim que recebeu. Porém, assim como os demais medicamentos, eles podem ter efeitos colaterais. O mais comum é a predisposição do paciente a infecções bacterianas e virais. O que é ainda mais comum de acontecer no primeiro ano depois do transplante. 

Quanto Tempo Dura o Rim Transplantado? 

Essa é uma dúvida muito comum de muitas pessoas. E a verdade é que o tempo pode variar muito de um paciente para outro. Há em que um rim transplantado dura muitos anos (mais de 10 anos até). Em contrapartida, em outros casos, o órgão pode durar menos tempo. 

Rim Transplantado

Rim Transplantado

 Algumas situações podem interferir, de forma direta, no tempo de duração e também no funcionamento do rim como, por exemplo: a existência de transplantes anteriores, quantidade de transfusões de sangue, bem como algum tipo de intercorrência que tenha ocorrido com o rim ou no momento da realização do transplante renal, e também o uso correto de imunossupressores. 

Além do mais, algumas doenças podem acometer o órgão transplantado, e provocar mudança na função. Por exemplo: a via de saída da urina ser obstruída, infecção urinária ou rejeição, que pode ser tanto aguda quanto crônica. Nesse caso, o organismo que recebeu o rim passa a reconhecê-lo como estranho. 

Para cada uma das situações citadas acima, há um tratamento adequado. Quanto antes o tratamento começar, mais chances o paciente tem de ter o rim em bom funcionamento. 

Além do transplante renal, existem outros dois tratamentos mais comuns para tratar a doença renal crônica avançada, que é a diálise peritoneal e a hemodiálise. O paciente que é submetido a um transplante de rim tem ao longo dos anos, de uma forma geral, maior sobrevida.  

No entanto, a indicação do procedimento, bem como da melhor forma de tratar o paciente vai depender de muitos fatores, como demais doenças que o paciente possui, idade do mesmo, fator econômico-social e até mesmo o que provocou a doença renal. Por isso, cada paciente é um caso à parte, e deve ter um tratamento individualizado e ideal para o seu caso. 

Transplante Renal e Alimentação 

Transplante Renal e Alimentação 

Transplante Renal e Alimentação

Alguns pacientes transplantados podem precisar controlar o consumo de potássio após o procedimento, até normalizarem os níveis sanguíneos. Porém, o tempo de duração da dieta pode variar de uma pessoa para outra. Quem irá determinar a duração e a forma correta da dieta é um nutricionista e o médico da equipe que realizou o transplante. 

Assim como o potássio, os alimentos ricos em sódio também devem ser evitados, pois os medicamentos usados após o transplante podem causar o aumento da pressão arterial. Também pode ser preciso consumir alimentos que ajudem a controlar os níveis de colesterol e de triglicérides. 

Manter uma dieta saudável é essencial para a nossa saúde. E, em casos como esse, os cuidados devem ser redobrados. É por isso que o acompanhamento com um profissional é imprescindível. Somente o médico e o nutricionista saberão informar como deve ser alimentação de um paciente transplantado, e quais são as restrições para cada caso. 

Transplante Renal e Atividade Física 

Atividade Física 

Atividade Física

Após o transplante, e depois da liberação médica, é muito importante que o paciente pratique atividade física, ainda que com algumas restrições. Durante alguns meses após a realização do transplante, o paciente deve seguir várias orientações do médico responsável, dentre as quais estão: consultas, exames, uso de medicamentos imunossupressores, verificação do peso e dos sinais vitais, e até mesmo evitar aglomeração de pessoas, para não correr o risco de acabar contraindo algum tipo de infecção.  

Durante os primeiros meses, acontece a adaptação do rim ao novo organismo, e vice-versa, além do processo de cicatrização também.  Por isso, é importante que o paciente não realize atividade física que cause ou aumente a dor na região da cirurgia. Não se deve puxar, empurrar e nem levantar nada grande e nem pesado. Passada essa fase, o paciente transplantado pode começar a praticar atividade física, mas nada exagerado. E sempre se baseando nas avaliações e orientações médicas. 

De acordo com especialistas, a prática de atividade física é muito importante para manter a saúde tanto do corpo quanto da mente de qualquer pessoa. E, no caso de uma pessoa que passou por um transplante renal, os exercícios físicos podem contribuir para a recuperação do organismo do paciente, da sua força física e ajuda também o organismo a aceitar melhor o órgão novo. 

Algumas atividades que costumam ser liberadas para transplantados são: andar de bicicleta, corridas leves, natação e caminhadas. Seguindo sempre as recomendações médicas.

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Categoria(s) do artigo:
Medicina

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