Útero de Substituição

Caso Brasileiro

No Brasil, mais precisamente em Ribeirão Preto,interior de São Paulo, uma mulher de cinquenta e nove anos, emprestou o útero à sua filha, que não podia engravidar(Pois não tinha o órgão que havia sido retirado, durante uma intervenção cirúrgica), para que o seu neto fosse concebido. O pai da criança que foi  gerada é italiano, e em seu país esse procedimento de útero de substituição não é permitido. Porém, sua esposa que é brasileira tem a esperança de que, seu caso seja visto de forma diferente.

Como Surgiu a Idéia

A filha que morava na Itália com o marido, conversava com sua mãe aqui no Brasil com muita frequência.Há dois anos atrás, a filha comentou sobre um caso de empréstimo de um útero materno, para realização do sonho de ser mãe. Depois dessa conversa nasceu a idéia de fazer o mesmo procedimento, mas a avó precisava avaliar os riscos físicos e emocionais, que podiam resultar dessa atitude.Por isso, se preparou durante um ano, com a realização de vários exames, e doses hormonais para preparar o organismo da avó, que já tinha entrado no período da menopausa.

Permissão para Realizar o Procedimento

No Brasil, esse método chamado de útero de substituição, só pode ser feito, com a permissão do Conselho Federal de Medicina, entre famílias com parentes até segundo grau, como tias,mães e irmãs, por exemplo. Para que o procedimento seja realizado, deve haver um comprometimento clínico, que impeça a mulher de gerar filhos, e em hipótese alguma, pode existir o aspecto comercial. No caso da avó que gerou a neta, só houve êxito, depois da terceira tentativa, já que na primeira, não houve fecundação, e na segunda chegou a engravidar de gêmeos, mas perdeu os bebês.

Cuidados na Gestação

A fertilização e o pré-natal da avó no Brasil, foi feita pelos médicos do Hospital das Clínicas, no interior de São Paulo,cercada de cuidados, com acompanhamento de profissionais, da área de endocrinologia, cardiologia e psicologia, para que a gestação ocorresse de maneira tranquila, sem riscos à saúde da avó. E foi exatamente o que aconteceu. Segundo relato dela, não teve nenhum sintoma desagradável, como enjoos, por exemplo, no período de gravidez. No final da gestação, foi feita reposição hormonal, para que ela pudesse amamentar, e o colostro veio logo na primeira estimulação. O parto cesárea ,foi adiantado em duas semanas,devido a edemas nas pernas e às dores nas costas. A avó retornou para casa, depois de dois dias de observação no hospital. Ela está consciente de seu papel. e não pensa em ir para  itália, pelo menos no momento, para deixar pai e mãe mais a vontade com o bebê.

Procedimento Proibido

Na Itália, o país de origem do pai do bebê, gerado no útero de substituição, esse procedimento não é apenas incomum, mais que isso, ele é proibido pela lei italiana. No entanto, os casais que desejam ter filhos por meio do útero emprestado, sempre geram uma nova polêmica. Profissionais que auxiliam os casais, na realização dessa técnica, às vêzes geram discussões, como foi o caso, do especialista em fertilidade Pasquale, após ajudar um casal que vivia em Roma, a enviar embriões para a fertilização em úteros de substituição em outro país.

Salete Dias